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Correio Braziliense
postado em 08/03/2020 04:10

As donas da história

Dizem que as novelas retratam a sociedade brasileira. Se é assim, não há mais dúvidas: as mulheres estão no comando. As três principais novelas da Globo (Éramos seis, Salve-se quem puder e Amor de mãe) têm protagonistas femininas e duas delas são escritas por mulheres. Ângela Chaves assume o remake de Éramos seis e Manuela Dias é a responsável pela ótima Amor de mãe.

Éramos seis é uma novela de época em que os valores da família são discutidos e levados a ferro e fogo por Lola, a protagonista interpretada com brilho por Gloria Pires. A Lola, de Gloria, vive nos anos 1930, mas tem um pezinho em 2020 — não tem medo de trabalhar para dar conta de criar os quatro filhos depois de ficar viúva e ainda tem tempo para um romance que não existe nas outras versões e vem dividindo opiniões.

Salve-se quem puder não tem uma, mas três protagonistas femininas: Alexia (Débora Secco), Luna (Juliana Paiva) e Kyra (Vitória Strada). Num misto de As panteras e Os três patetas (mais perto do pastelão do que da aventura, infelizmente), a trama das 19h mostra as três mulheres como integrantes do Programa de Proteção à Testemunha por terem presenciado um assassinato. Com novas identidades e mudanças no visual, o trio se mete em várias confusões. De qualquer forma é bom ver atrizes de diferentes gerações encararem o desafio de protagonizar uma novela em que a ação passa sempre por uma das três.

Manuela Dias sai do rol de promessas da teledramaturgia para entrar de vez na lista de boas autoras com Amor de mãe. O folhetim do horário nobre da Globo tem à frente das ações Lurdes (Regina Casé), Vitória (Taís Araújo) e Thelma (Adriana Esteves).

O que realmente une essas três mulheres é que, cada uma à sua maneira, elas são movidas pelo amor que têm a seus filhos (e o que une essas atrizes é que elas estão dando show). Mas isso não as torna apenas mães, como há pouco tempo a dramaturgia ainda faria. Elas são muito mais do que isso: são mulheres donas da própria história e que nos carregam diariamente para dentro dessa viagem.


Eterna!

Uma das mulheres mais representativas da história da televisão brasileira, a apresentadora e cantora Hebe Camargo faria aniversário hoje, justamente no Dia Internacional da Mulher. Hebe, que nos deixou em setembro de 2012 devido a um câncer, faria 91 anos. Pioneira da tevê brasileira, ela sempre esteve à frente do tempo dela, desde quando estreou na carreira artística contrariando a família. Hebe foi a voz das mulheres muitas vezes, bradando contra o machismo e a violência contra as mulheres. Em outras, representou todos os brasileiros, falando contra a censura e a corrupção. Como poucas, aliava entretenimento e assuntos sérios. O sofá de Hebe Camargo está vago até hoje e assim ficará. Quem quiser saber mais sobre a trajetória e a vida dela pode assistir à minissérie estrelada por Andrea Beltrão no Globoplay.

Liga
  • Depois de um início bastante irregular, o Fora de hora encontrou um caminho. O humorístico, agora, tem piadas atuais e quadros bem bolados. Para completar, Renata Gaspar anda inspirada.

Desliga
  • Um dos programas mais falados recentemente da Netflix, o reality Amor às cegas (ou Love is blind, se seu catálogo for em inglês) até diverte, mas tem um ponto contraditório. Logo no início, os apresentadores dizem e os participantes repetem que a experiência proporciona que atributos físicos não sejam determinantes num namoro. A seleção dos casais, porém, vai contra isso e deixou pessoas acima de 40 anos, gordos e orientais de fora da brincadeira.
 

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