Correio Braziliense
postado em 22/03/2020 04:17
Aumentar o percentual de massa muscular e buscar definição corporal são dois objetivos comuns entre os praticantes de exercícios físicos. No entanto, nem todos são adeptos da tradicional musculação e recorrem a outras alternativas. Fabíula Pereira, 36 anos, é uma delas. Apesar de ser gerente de academia, ela via a malhação com aparelhos como uma atividade monótona e optou pela ioga.
De fato, essa é a indicação de muitos médicos e professores de educação física. Mas, por se tratar de um exercício que não está totalmente focado no ganho de massa, a velocidade com que os músculos respondem à ioga é menor. Hoje, só após dois anos de prática, Fabíula consegue perceber um crescimento muscular. “É pouco, mas tem, sim”.
No conhecimento geral, entende-se que a repetição de levantamento de cargas é o que possibilita a mudança no percentual muscular. Na realidade, uma atividade frequentemente realizada e monitorada é capaz de proporcionar a alteração, mas em períodos de tempo distintos — umas podem apresentar resultados mais rápidos e outras mais devagar, a depender da intensidade de cada exercício.
Sendo assim, como saber quais as melhores atividades para substituir as ‘puxadas de ferro’? O personal trainer Marcos Freire explica que as opções dependem do nível de treinamento do indivíduo, e que pessoas que não praticam exercício frequentemente terão facilidade para perceber o ganho de musculatura com alternativas como crossfit, funcional, natação, entre outros.
Por outro lado, quem se exercita há algum tempo sofre com a dificuldade em encontrar respostas efetivas e rápidas nos exercícios que fogem radicalmente da repetição de cargas. “Por serem menos específicos, esses exercícios não têm a resposta de aumento muscular que a musculação traz”, avalia Marcos.
Alternativas
Para essa solução, Filipe Feijó, profissional de educação física, esclarece que, apenas atividades que alterem com frequência a amplitude, a velocidade, a pausa nas execuções, os intervalos entre as séries e outras variáveis do exercício, com a finalidade de tirar o corpo da adaptação que estava, são capazes desencadear o crescimento de massa muscular — sem a obrigatoriedade do uso da máquina.
Feijó, que também é diretor técnico da academia On Brasília, classifica como importante a presença de exercícios aeróbicos de intensidade mais baixa no plano de treino, para garantir o condicionamento cardiorrespiratório sem catabolizar, e alongamentos e atividades antiestresse. “Mas é importante que haja uma predominância dos exercícios para a musculatura, com um referencial de 70% ou mais”.
Seguindo essa premissa do equilíbrio entre diferentes atividades, Maria Eliza de Oliveira, de 51 anos, experimentou o pilates, seguindo a sugestão do marido. “Fiz uma aula e não parei mais. Nunca gostei de musculação, fiz pouquíssimas vezes na vida”, justifica.
A prática, que se iniciou como uma opção para a vida saudável, mudou de objetivo e passou a ser fundamental para o fortalecimento da musculatura para o vôlei — que pratica há oito anos. “Faço exercícios com pesos mais direcionados para as articulações de ombro e joelho”.
Desde a mudança na função da atividade, Eliza sente uma maior tonificação muscular e relata ter aumentado o rendimento e a agilidade nos treinos e ter menos riscos de lesões do joelho.
Mudanças na alimentação
- Marcos Freire, que é coordenador da Acuas Fitness, diz ser fundamental o papel da alimentação para alcançar o objetivo de ganho de percentual muscular. “Qualquer exercício sem uma alimentação específica não tem ganho de massa”. Segundo ele, o contrário também é válido, e as mudanças alimentares devem vir acompanhadas dos exercícios físicos. O aumento na quantidade de ingestão proteica de origem animal ou outros substitutos e complementos são as principais linhas de indicação dos nutricionistas, mas a dieta deve ser desenvolvida especificamente a partir das necessidades de cada organismo.
Eletroestimulação
- Uma alternativa ainda não tão acessada, mas que promete resultados similares aos treinos funcionais, lutas e crossfit, é o exercício por eletroestimulação. Entendidas como "academias para quem não gosta de treinar", essas instituições oferecem sessões, de aproximadamente 20 minutos, com aparelhos capazes de estimular músculos e auxiliar na quebra de gorduras, e podem ser opção para quem ainda não encontrou seu exercício ideal.
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