Correio Braziliense
postado em 26/04/2020 04:15
A necessidade de isolamento e, portanto, a permanência por mais tempo em casa, quando trabalhadores passaram a realizar suas tarefas a distância, jovens e crianças transferiram as salas de aula para os quartos, escritórios ou sala de estar, os riscos de acidentes domésticos aumentaram. E muitas vezes a prevenção passa despercebida diante da gravidade da pandemia.
Com a família em casa, o uso dos dispositivos eletrônicos e aparelhos eletrodomésticos é prolongado, muitas vezes ficam ligados permanentemente e simultaneamente. Isso significa excesso de carga e pode resultar na elevação da temperatura nas instalações elétricas, o que pode provocar incêndio. Para evitar, é preciso verificar se o sistema está protegido por disjuntores.
Outro problema comum é a falta de manutenção do sistema elétrico da casa. Geralmente, fios desencapados podem provocar curto-circuito, causando faíscas que podem levar ao início do fogo, além de causarem choques. De acordo com dados da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), cerca de 700 pessoas morreram vítimas de choques elétricos em 2019. Dessas mortes, o motivo mais frequente (85 casos) foi o fio partido em algum ambiente interno.
De acordo com a fabricante Steck, especialista em materiais elétricos, a forma mais segura de se proteger dos choques é se certificar de que o quadro elétrico possui o dispositivo Interruptor Residual Diferencial, o IDR, responsável por interromper a energia ao sinal de uma fuga de corrente, como é conhecido o choque tecnicamente. Grande parte dos acidentes é causada pelos próprios moradores ao tentarem fazer pequenos reparos.
Quem tem crianças em casa sabe que os pequenos costumam ser curiosos e ignoram os perigos de algumas brincadeiras. Além deles, os mais velhos também representam um grupo de risco pela falta de reflexos ou memória prejudicada. Para evitar acidentes, assegure-se de que estão em áreas distantes de quadros elétricos e cabeamento de aparelhos. As caixas de ferramentas devem ser guardadas em locais de difícil acesso.
Com a pandemia, o reforço na limpeza incluiu a higienização de aparelhos e interruptores. Dispositivos como celulares, tablets, computadores merecem cuidados especiais pela frequência no uso. Eles podem ser limpos com álcool 70%, desligados das tomadas.
Olho vivo
Especialista internacional em Gerenciamento a Emergências e Prevenção de Riscos da Sprink, empresa de Gerenciamento de Riscos, Carlos Henrique dos Santos elaborou 11 dicas de prevenção a incêndio.
* Não deixe celulares e laptops ligados à energia por longo período, principalmente ao dormir;
* Não deixe isqueiros e fósforos em local de fácil acesso para as crianças;
* Não fume em locais indevidos, principalmente sobre a cama ou o sofá;
* Não descarte bitucas de cigarros acesas;
* Não deixe panelas e ferros de passar roupa ligados sem a devida supervisão;
* Não deixe velas acesas próximo ou sobre materiais de fácil combustão — uma boa solução é pôr a vela dentro de um copo alto;
* Não ligue vários equipamentos em um mesmo ponto utilizando benjamins ou os chamados Tês. Se for preciso conectar mais de um aparelho em uma mesma tomada, opte pelo filtro de linha (régua);
* Não utilize equipamentos de 20A em tomadas para 10A, nem com adaptador. A tomada de 10A tem o orifício menor do que a de 20A, exatamente para que os plugs de 20A — mais grossos e que exigem uma amperagem maior — não sejam utilizados em tomadas de 10A ;
* Faça verificações periódicas das condições do sistema elétrico da sua residência, de preferência com o suporte de uma empresa ou de um profissional especializado. Fios, disjuntores e tomadas devem ser avaliados para que não haja superaquecimento ou eventuais fagulhas;
* Procure conhecer as rotas de fuga do local onde você mora, principalmente em condomínios verticais;
* Tenha em mente os telefones de emergência: Bombeiro Militar (193) e Samu (192).
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