Correio Braziliense
postado em 26/04/2020 04:15
Nos últimos dois anos, a britânica Phoebe Waller-Bridge, 34 anos, virou uma figura constante no mundo do audiovisual. Apesar de a carreira ter começado há mais de 10 anos, foi o sucesso de Fleabag, produção que ela criou, roteirizou e protagonizou, que a projetou mundialmente. A série ganhou destaque no ano passado ao entrar no catálogo da Amazon Prime Vídeo com duas temporadas. A partir de amanhã, passa a ser exibida também na tevê fechada, na faixa das 23h, no Comedy Central.
Produção premiada com o Emmy de melhor atriz, melhor roteiro e melhor série em comédia, em 2019, e o Globo de Ouro de melhor atriz e melhor série de comédia ou musical, no início deste ano, Fleabag logo se tornou num sucesso graças à verdade inerente na trama. O seriado tem inspiração no monólogo homônimo criado por Phoebe anos atrás, em que ela encarna uma mulher de 20 e poucos anos que vive um momento de muitas frustrações na vida profissional, pessoal e amorosa.
Fleabag, como a protagonista é denominada, está em um namoro que, claramente, não a faz feliz. Ela não tem uma boa relação com o pai, interpretado pelo ator Bill Paterson, e nem com a madrasta, vivida por Olivia Colman. Também tem tensões com a irmã Claire (Sian Clifford), que representa exatamente o oposto dela: é uma executiva bem-sucedida, enquanto a personagem principal está à beira da falência. Em meio a tudo isso, ela ainda precisa lidar com a perda da melhor amiga e sócia da cafeteria (da qual é uma das donas), que (acidentalmente) se mata.
A série traz uma protagonista imperfeita e atípica que tem sua história contada em um texto sem amarras, altamente verdadeiro e preocupado com a representação da figura feminina, numa narrativa com constante quebra da quarta parede (quanto o personagem se comunica com o espectador). Todas essas inovações são a fórmula do sucesso de Fleabag.
Fórmula essa que Phoebe leva também para outros trabalhos. Ela é uma das criadoras de Run, série recém-lançada na HBO, com exibição na madrugada de domingo, à 0h05. A trama é protagonizada por Merritt Wever e Domhall Gleeson, dois amigos que largam tudo para fazer uma viagem de trem pela América. Esse era um acordo estabelecido entre eles anos atrás como forma de fugir da realidade. O seriado exala tensão sexual e tem uma narrativa sem julgamentos em relação à vida dos personagens e aos sentimentos deles.
Já não bastasse essas duas tramas mais comportamentais, Phoebe é o nome por trás de outro sucesso, esse numa linha diferente: o gênero policial. É a série Killing Eve, disponível no Globoplay, a qual é uma das criadoras. A trama acompanha Eve (Sandra Oh), uma detetive que é recrutada para investigar uma assassina internacional, a personagem conhecida como Villanelle (Jodie Comer). Até agora, o seriado teve duas temporadas.
Trajetória no cinema
Neste ano, Phoebe Waller-Brigde estreia nas telonas com um papel importante: ela se tornou na primeira mulher a ser roteirista de um 007 após 60 anos. A britânica participou da escrita do filme — o último com Daniel Criag como protagonista — ao lado de Cary Fukunaga (também diretor do longa-metragem), Scott Z. Burnrs, Neal Purvis e Robert Wade.
Mas o público terá que esperar mais um pouco para ver a estreia de Phoebe numa franquia clássica do cinema. É porque 007: Sem tempo para morrer teve o lançamento adiado por conta da pandemia de coronavírus. O filme chegaria às salas em 2 de abril, no entanto, agora está previsto para estrear apenas em 12 de novembro.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.