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Dieta pós-parto

Alimentar-se corretamente antes, durante e após o nascimento do bebê é a receita certa para uma boa recuperação do corpo e para a saúde do recém-nascido

Marcado por mudanças na rotina, adaptação e restabelecimento do corpo que sofreu transformações durante a gestação, o pós-parto costuma ser um dos períodos que mais exigem mais atenção das mães. Seja do ponto de vista emocional ou nutricional.

 

Para recuperar e manter a boa forma e ter energia para cuidar do novo membro da família, a mãe tem que organizar uma dieta variada, rica em frutas, legumes, verduras, cereais integrais. A atenção especial fica por conta da ingestão de minerais, como ferro e cálcio, fundamentais nesse período devido à perda de sangue e regulação hormonal que pode afetar a saúde óssea da nova mãe.

 

Um problema comum na fase pós-parto é constipação. Viviane Pereira, nutricionista do Mundo Verde, explica que por conta do útero aumentado, que comprime o intestino, a hidratação corporal por meio de líquido e ingestão de fibras — que podem ser encontradas em frutas com cascas, como maçã, ameixa e pera, nos cereais integrais e nas sementes de chia — ajudam a regular o intestino.

 

Quando o assunto é saúde emocional, a alimentação se estabelece mais uma vez como um importante fator para passar pelo puerpério — período de cerca de 40 dias marcado pela queda brusca dos níveis hormonais, o que provoca desânimo e cansaço. “Alguns alimentos têm a capacidade aumentar a produção de serotonina, o hormônio do bem-estar”, garante a nutricionista Andrezza Botelho.

 

“O consumo de alimentos energéticos, como os carboidratos, de preferência complexos, ou seja, aqueles encontrados nos cereais integrais que são absorvidos de forma mais lenta pelo organismo e, assim, garantem uma sensação de saciedade maior e fornecimento de energia por mais tempo também ajudam a diminuir essa sensação”, complementa Viviane Pereira.

 

Atenção às restrições

 

A alimentação da mãe influencia nas substâncias que vão compor o leite materno, por isso refeições pesadas e gordurosas, alimentos mais fermentativos e estimulantes devem ser evitados. Como o sistema digestivo do bebê ainda não está preparado para alimentos complexos, que aumentam as chances de cólica, principalmente no primeiro mês. “Ele acaba se tornando sensível ao que se ingere. Assim, as mães que estão amamentando têm que ter todo cuidado possível  com a alimentação”, friza Andrezza Botelho.

 

Café, chocolate, refrigerantes a base de cola, verduras escuras e feijão foram as restrições que a professora Janine Silva cortou da alimentação. Mãe da pequena Ana Heloisa, de apenas um mês e dez dias, conta que a gestação foi tranquila, mas a bebê sofria com muitas cólicas. “Por recomendação médica comecei a cortar alguns alimentos para ver o que estava causando. O leite foi o que eu percebi que tinha mais impacto, sempre que consumia, ou algum derivado, chorava bastante e a barriguinha se enchia de gases”, conta.

 

No caso das mães que tiveram parto cesáreo, a alimentação desenvolve um importante papel de cicatrização. Alimentos anti-inflamatórios são essenciais na alimentação da mãe, que precisa se fortalecer não apenas para a produção de leite, como para enfrentar a nova rotina.

 

Outro ponto é o controle de peso. É comum que muitas mães levem à risca o “comer por dois”, o que pode levar a patologias como diabetes gestacional e hipertensão arterial, e fazer com que a mulher possa ter mais dificuldade em voltar ao peso antigo, isso sem contar o aumento de apetite causado pela amamentação, alerta a Viviane Pereira. 

 

Porém, qualquer mudança na alimentação deve ter a aprovação de um médico, alerta a nutricionista Andrezza. “Não é preciso contar calorias para manter um peso saudável, porém se você está acima do peso e gostaria de restringir a quantidade de calorias, converse com seu médico e nutricionista. Dietas muito restritivas podem reduzir a produção de leite”.

 

A hidratação é outro ponto importante que não deve ser esquecido e, por isso, é recomendado tomar água, sucos e chás de frutas vermelhas, camomila, melissa e, para ajudar na amamentação, chá de funcho. Frutas, legumes, verduras, cereais e muita água são essenciais no pós-parto pois, assim, o leite terá uma qualidade melhor e o bebê não sentirá falta de nenhum nutriente. 

 

Apesar da produção do leite estar relacionada à sucção do bebê, o que estimula a produção da prolactina — hormônio responsável pela produção do leite materno —, a qualidade do alimento está relacionada ao que a mãe consome. “Para que o leite consiga fornecer todos os nutrientes necessários ao crescimento da criança e, para manter um bom estoque, a hidratação também é fundamental”, aponta a nutricionista Viviane.

 

Para manter o consumo de água dentro do esperado, a Andrezza Botelho recomenda o costume de manter uma garrafinha de água próxima de você, principalmente quando for amamentar. “Tome água de acordo com sua sede. Um bom parâmetro é manter uma diurese sempre clara e tomar em média 2 litros de líquidos por dia. Isso pode variar de acordo com o seu peso e temperatura do lugar que você mora. Em épocas mais quentes, certamente a necessidade de água é maior.”

 

*Estagiária sob supervisão de Taís Braga

 

"Não é preciso contar calorias para manter um peso saudável, porém se você está acima do peso e gostaria de restringir a quantidade de calorias, converse com seu médico e nutricionista.  Dietas muito restritivas  podem reduzir a produção de leite"

Andrezza Botelho, nutricionista

 

O que pode (ou não) 

  • Fontes de vitamina C como acerola e laranja;
  • Alimentos ricos em proteínas: carnes, ovos e leite;
  • Frutas com bastante água: melancia, melão, etc;
  • Leguminosas;

 

  • Evite
  • Café
  • Chocolate
  • Refrigerante
  • Verduras escuras
  • Feijão
  • Leite e derivados