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Cães não são contaminados pela Covid-19, mas têm seu próprio coronavírus

Tutores precisam ter cuidados com a higienização. Especialistas explicam e orientam sobre o coronavírus animal

Correio Braziliense
postado em 09/05/2020 11:40
Tutores precisam ter cuidados com a higienização. Especialistas explicam e orientam sobre o coronavírus animal
Em tempos de quarentena, as pessoas precisam ter cuidados redobrados de higienização, já que a Covid-19 passa de humano para humano. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que não há evidências de transmissão de animais domésticos para os tutores. Contudo, infelizmente, os pets têm o próprio coronavírus, que só passa para outro animal. 

"É causado por outras variedades do vírus, que podem ser classificados como coronavírus entérico e  respiratório. A transmissão é oro fecal, ou seja, são eliminados pelas fezes, urina e secreções respiratórias”, explica a médica veterinária Thaís Matos de Oliveira. 

Segundo ela, assim como os cães, os gatos também podem contaminar objetos e demais elementos do ambiente, principalmente, as caixinhas de areia. “Elas se tornam a maior fonte de contaminação e precisam de mais cuidado diário”, afirma. 

É necessário ter atenção com a limpeza. “A higiene é a melhor forma de prevenção e deve-se sempre manter tudo limpo e higienizado com desinfetantes derivados de cloro, amônio quaternário e detergentes”, orienta. Thaís expõe alguns sintomas, como vômito, diarreia, perda de apetite, febre e desidratação, sendo essencial o acompanhamento veterinário para o diagnóstico correto e tratamento adequado. 

Há pets também assintomáticos, assim como os humanos. “O vírus pode ficar latente no organismo, sem se manifestar”, diz a veterinária. “Até o momento que o pet tenha uma queda de imunidade, causando o aparecimento dos sintomas. Principalmente em gatos, esse período assintomático não é raro de acontecer.” 

A estudante do 3° ano do ensino médio Kawanny Freitas, 17 anos, tem um Golden mestiço de 4 anos, chamado Kakaw. “Eu sei que os animais ficam doentes e isso me deixa preocupada”, observa. A jovem conta que leva a amiga 

Confira algumas informações, segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e o médico veterinário Roberto Lange, da Comissão Nacional de Estabelecimentos Veterinários (CNEV/CFMV):Consultas veterinárias: atendimento preferencialmente agendado, com a presença de apenas um responsável (tutor), para evitar a concentração excessiva de humanos nos ambientes de espera.
  • Higienização: adoção de regras básicas de higiene e assepsia pessoal e do ambiente, antes e após cada atendimento. Usar o máximo de descartáveis (jalecos, luvas etc.). Consultas em domicílio devem seguir rigidamente as normas de higiene e assepsia, além de manter um intervalo mínimo de duas horas entre os atendimentos.
  • Internação: desestímulo às visitas aos animais internados, oferecendo maior número de boletins médicos dos pacientes.
  • Pet shops: são muito importantes na nutrição dos animais, devendo manter estoque normal dos alimentos, evitando deslocamentos incertos dos tutores à procura da ração ideal para seu animal.
  • Estética animal: incentivo aos tutores a diminuir a frequência de banhos e tosas de seus pets, diminuindo a circulação de pessoas. Preferencialmente, realizar a higiene dos pets no próprio domicílio.
  • Passeios com pets: devem ser reduzidos, feitos em pequenas distâncias, apenas para atender às necessidades fisiológicas dos animais, também evitando concentrações em parques e praças.
  • Autoridades locais: todas as recomendações dos órgãos públicos de saúde devem ser seguidas rigorosamente.
  • Quarentena e as clínicas: o CFMV considera que os serviços clínicos veterinários são essenciais e devem ser mantidos à disposição da população, assim como os de nutrição animal, desde que reforcem os cuidados com a higienização a cada atendimento e organizem o agendamento das consultas com antecedência para evitar concentração excessiva de pessoas no mesmo ambiente.

Veja abaixo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Associação Mundial de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais  (World Small Animal Veterinary Association - WSAVA)

1 - Passeios com os pets devem ser mais breves, e o tutor deve procurar áreas ao ar livre e sem aglomeração de pessoas;

2 - Recomenda-se evitar o contato com outros tutores e outros pets quando sair;

3 - O mais indicado é que apenas um tutor fique responsável por passear com o cãozinho;

4 - Se o animal tiver apenas um tutor, e este estiver infectado, o ideal é que o pet fique na casa de um familiar ou amigo de confiança;

5 - Ao voltar dos passeios, passe um lenço umedecido no pelo e nas patas do animal. Existem lenços antissépticos para pets, mas na falta deles é possível usar um sabão neutro comum ou lenço de bebê;

6 - Quem tem gato deve evitar as saidinhas e manter o animal em casa sempre que possível;

7 - Brinque bastante com o pet dentro de casa. Cães adoram correr em busca de brinquedos. No caso dos gatos, é indicado disponibilizar arranhadores e usar Feliway (versão sintética do feromônio felino FR, responsável pela sensação de tranquilidade e segurança) ou Catnip (erva indicada para deixar gatos mais tranquilos) para atraí-los para o objeto, uma vez que arranhar ajuda a aliviar estresse e ansiedade;

8 - Após as brincadeiras, lave bem com água e sabão os objetos como bolinhas, bichinhos de borracha, entre outros;

9 - Não é recomendado dormir com seu pet e, por ora, evite beijos, abraços e lambidas;

10 - E por último, mas não menos importante, higienize bem as mãos após os passeios e interações com o animalzinho.
 
*Estagiária sob supervisão de Taís Braga
 

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