Correio Braziliense
postado em 22/05/2020 09:00
Localizado em um prédio projetado por Oscar Niemeyer na década de 60, o apartamento da empresária Tatiana Carvalho, 47 anos, e de sua filha, a estudante Laura Pastrana, 10, trouxe os traços brasilienses da fachada para dentro de casa — que foram somados às suas marcas de autenticidade.
Apesar da boa arquitetura, alterações na planta foram necessárias para se adequar à vida contemporânea e aos pedidos das novas moradoras. Na reforma, que durou pouco mais de um ano, sala e cozinha passaram a ser integradas, e a antiga área de serviço também foi modificada para abrir espaço para a adição de uma nova suíte.
O projeto foi idealizado pela arquiteta Letícia França, que deixou em evidência os cobogós característicos da fachada do edifício. “Assim como cobogó é um elemento onipresente na arquitetura de Brasília, ele se tornou igualmente onipresente neste apartamento, uma vez que aparece em 5 dos 8 cômodos”, explica.
Além de toda a identidade com a cidade, esse elemento foi fundamental para garantir a ventilação e a iluminação natural dos cômodos. Na suíte principal, adicionados à nova planta, os cobogós mais uma vez são protagonistas e vão do piso ao teto, proporcionando um ambiente arejado e harmônico.
Outros fatores explorados, e que também são marcas registradas da capital, foram o piso de tacos, preservados da planta original, e a presença da cor preta em alguns pontos. “Piso de madeira é tradicional dos apartamentos antigos de Brasília e traz o conforto da terra laranja. A parede de cimento da sala e os detalhes em preto lembram o asfalto da cidade, conhecida por seus contrastes”, afirma a arquiteta.
Para esconder parte dos eletrodomésticos, mesclar ainda mais sala e cozinha e garantir o aspecto social, Letícia criou um caixa preta ripada para o espaço. Dessa forma, a transição gradual entre os ambientes ficou por conta da mudança de piso da cozinha.
Para complementar, a base clean de todo o mobiliário segue o perfil da moradora, que é colecionadora de objetos de arte e poderia deixá-los como parte da decoração. As cores neutras e linhas retas também vão de encontro com o modernismo de Brasília. “A fluidez do apartamento ficou muito gostosa. É aconchegante e não é tão óbvia”.
O conjunto de móveis da sala também contém pitacos especiais de Tatiana e peças de designers da capital, como Danilo Vale. “As cadeiras são do Danilo, foram um achado meu e perguntei para Letícia se ficaria legal. O projeto foi de muita troca, as sugestões dela foram maravilhosas”, ressalta a empresária.
Ela acredita que o pedido pelos cobogós à mostra foi certeiro e não causou prejuízo à privacidade —- tendo apenas o cuidado de não deixar o banheiro e quarto iluminados durante a noite. Ela concorda com a arquiteta quanto ao resultado final: “Foi além do que eu imaginava. Os ambientes ficaram enormes, claros, ventilados e bonitos. Bem agradáveis”.
*Estagiária sob supervisão de Taís Braga
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