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Entre tentar entrar em muitos projetos e não fazer nada, a solução óbvia mas que requer paciência para pôr em prática é encontrar equilíbrio. Mas, antes de qualquer ação, a psicóloga clínica Sirlene Ferreira recomenda ressignificar o que é produtividade. “Temos a falsa ideia de que ser produtivo é trabalhar muitas horas ao dia ou fazer um milhão de coisas quando, na verdade, é sobre saber gerenciar o tempo de forma a equilibrar as áreas de interesse com as de necessidade, obrigações diárias e momentos de lazer e distração, sem se sentir culpado por isso”.

Segundo, é preciso estabelecer uma rotina simples, em que estão presentes apenas o necessário e as prioridades. “Quando uma pessoa se perde na sobrecarga de informação é muitas vezes porque está seguindo os moldes de outra pessoa. Rotina e planejamento devem ser individuais para que sejam leves e fáceis de serem cumpridos. Assim, a pessoas chegam ao final do dia sem a sensação de dever para si mesmo”, aponta.

Levou tempo, mas quando a especialista em branding pessoal Gabrielle Rosa, 22 anos, entendeu a importância de ter prioridades e ser fiel ao pouco, muito da ansiedade que tinha melhorou. “Foi quando eu comecei a estudar sobre maternidade, e principalmente depois de ter meu filho e entender como a sequência de acontecimentos era crucial para a mente dele e para eu entender suas necessidades, que eu entendi como ter uma rotina bem estabelecida era importante pra mim”, conta.

Atualmente, ela trabalha com mentoria de mulheres empreendedoras na qual ajuda a encontrar um melhor posicionamento de marca nas redes sociais e ressalta que ensinar a elencar prioridades, traçar metas e se organizar é um dos pilares do seu método. “É importante compreender que a organização é um processo. Eu levei anos para ter a clareza que tenho hoje. Mas o importante é se propor a começar, a cumprir metas pequenas, ir criando o hábito e construir aos poucos”, recomenda.

Em contato com pessoas de diferentes idades, locais e pensamentos, ela percebe que a falta de clareza e posicionamento é um dos fatores que mais leva as pessoas a se perderem nos conteúdos da internet e também dentro de seus compromissos, pois na falta de propósito e de rotina a pessoa vai encaixando a vida do outro dentro da dela.

Por isso, ela defende a seleção como uma das melhores formas de lidar como a pressão sobre formas de agir e se comportar diante da própria vida. “Quando eu seleciono o que eu consumo eu evito a obesidade mental de ter mil iniciativas e projetos mas não conseguir ou concluir nada daquilo a que me propus. A limpa nas redes sociais ajuda a seguir apenas pessoas como as quais se identifica e cuja rotina e valores são parecidos como os seus e podem de fato funcionar”, aponta.

Gabrielle acredita que os internautas estão se tornando cada vez mais críticos e conscientes e isso vem mudando a forma como se consomem esses conteúdos. “A rede social nada mais é que a nossa socialização. Na vida real é impossível encontrar alguém que é positivo o tempo todo, que consegue produzir muito ou que nunca tem problemas. As pessoas estão consumindo mais por conexão e mesmo pelo ideal”.

*Estagiárias sob supervisão de Taís Braga