Correio Braziliense
postado em 24/05/2020 04:18
O fechamento do comércio, o decreto de isolamento e as regras rígidas para o atendimento em clínicas têm alterado a rotina de humanos e também de cuidado como os animais. Além do adoecimento por estresse, sobrepeso e até intoxicações, o tutores vêm tendo a preocupação a mais com a higiene dos animais, que agora é feita pelos próprios donos.
Para quem não está acostumado a essa rotina, a médica veterinária Natália Lopes explica que é preciso usar um xampu suave, próprio para pets, e enxágue abundante. “Em dias quentes, ele pode se secar com o calor, se possível no quintal ou varanda. A toalha e o secador podem ser usados, principalmente se ele tiver pelos longos, mas com cuidado com a temperatura para não provocar queimaduras na pele do animal”, alerta.
Vale ressaltar que, a depender do pêlo do animal, uma escova de qualidade pode ser tão boa quanto um banho. De acordo com a veterinária, é preciso estar atento caso o pet tenha um pelo muito justo ou encaracolado. Se ele não estiver acostumado com a escovação, a orientação é começar devagar e aos poucos. Recompensas podem ajudar a manter o animal calmo.
Também é importante observar o animal durante o banho e/ou escovação, pois, segundo Natália Lopes, é um bom momento para “detectar quaisquer sensibilidades, como vermelhidão ou seborreia”. Além disso, ela reforça que “é importante ter muito cuidado em cada etapa da higienização, principalmente nos animais de pelagem longa, para garantir a secagem e desembaraço adequado dos pelos, sem ferir o animal.”
Com relação às unhas, se precisar cortá-las, tirar apenas o excesso para não causar dor e sangramento. Por isso, apare uma unha de cada vez, aos poucos, e observe atentamente possíveis sinais de desconforto do pet. É melhor deixar as unhas um pouco maiores do que arriscar provocar uma lesão traumática.
Alimentação
Quando o assunto é cuidado com a alimentação, é preciso cuidado para não exceder a quantidade de comida. Mais de 50% da população mundial de pets sofre com o sobrepeso e a obesidade, sendo essa a condição clínica mais importante que afeta os pets do mundo todo. No cenário atual, com o distanciamento social e as atividades ao ar livre restritas, o pet pode estar menos ativo que o habitual e convivendo grande parte do seu dia na companhia da família, o que exige a atenção dos tutores para que um quadro de obesidade seja evitado no futuro.
Para isso, Natália Lopes recomenda não dar comida para os animais em momentos de ociosidade, que podem aumentar nesse isolamento. “Além disso, avalie se o pet está menos ativo do que o habitual. Se necessário, ajuste a quantidade das porções de alimento de acordo com o nível de atividade para evitar o ganho de peso”.
O sedentarismo também pode ser controlado por meio de brincadeiras, o que também ajuda a diminuir as taxas de estresse e prevenir que o animal adoeça com mais facilidade devido à queda de imunidade. “Mantenha o controle de parasitas regularmente. Pulgas e carrapatos podem causar irritação na pele, portanto, peça ao médico veterinário a indicação de quais produtos antiparasitários usar e com que frequência”, diz.
Ajuda especializada
Há pouco mais de dois meses, uma pequena gata siamesa apareceu no arredores da casa do jovem Breno Carvalho, 18 anos. Ao notar que a gata estava prenhe e por não acharem o dono, ele e a mãe decidiram a adotá-la. E assim ela se tornou Ravena.
O problema veio quando o trabalho de parto começou. Enquanto o primeiro filhote veio ao mundo sem muita dificuldade, o segundo não teve a mesma sorte e levou mais de duas horas para nascer, mas estava morto. “Cogitamos ter que levar ao veterinário, ligamos para um e ele nos prestou algumas orientações, e foi assim que conseguimos que Revena conseguisse dar a luz”, conta.
Para casos como o de Breno, o correto é mesmo procurar ajuda especializada por se tratar de um quadro de emergência. Clínicas veterinárias permanecem abertas, neste período, para casos como esse. Caso o animal adoeça, entre em contato com o médico veterinário de confiança e veja os procedimentos de higiene adotados pela clínica para garantir a sua segurança e a do pet durante o atendimento.
*Estagiária sob supervisão de Taís Braga
Caso de emergência
* O animal apresenta falta de ar
* Há suspeita de intoxicação por envenenamento
* O animal apresenta vômito recorrente ou diarréias
* Convulsões
* O animal não come há mais de 24 horas
* Picadas por animais peçonhentos
* Quedas
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.