Revista

Love pet

Especialistas orientam sobre cruzamento, principalmente, em tempos de pandemia

Correio Braziliense
postado em 07/06/2020 04:33
Especialistas orientam sobre cruzamento, principalmente, em tempos de pandemia
 
O Dia dos Namorados está chegando e alguns tutores passam essa comemoração para os bichinhos. Os donos ficam com dúvidas sobre cruzar ou não e outros buscam um (a) namoradinho (a) para o amiguinho (a) nas redes sociais ou aplicativos (My Doggy, Dogsapp, entre outros).  

O médico veterinário comportamental Luís Olívio orienta que cópula animal é totalmente inviável neste momento, por causa da pandemia, além de ser necessário um acompanhamento para prevenir a saúde do pet. “Para isso, é melhor ser um profissional que entenda de genética, saúde e comportamento animal”, diz. 

Segundo ele, é necessário respeitar as orientações de distanciamento físico, pois, ao cruzar, você terá que levar o bichinho à casa da pessoa ou ela ir à sua e, por consequência, haverá contato. “Isso gera mais possibilidade de infecção pela covid, além de expor o pet a enfermidades”, ressalta ele, clínico domiciliar e adestrador comportamental.

Uma pessoa que não entenda do assunto e cruze o animal sem auxílio pode prejudicar o bem-estar dele e dos filhotes. “Você tem um macho Y e cruza com uma fêmea X, sem saber o histórico de doenças ou se ela tem uma conformação estrutural viável para vida. Ou seja, estará colocando a saúde do pet em risco”, exemplifica.

Ele observa que algumas raças são braquicefálicas, ou seja, têm problemas respiratórios, como a pug. “No caso dela, dependendo do cruzamento, o filhote pode vir com o focinho muito pequeno e tendo maiores complicações respiratórias”, explica o graduado pela Faculdade de Jaguariúna (UniFaJ).

Outro aspecto de uma cópula mal planejada é que pode trazer temperamentos diversificados e até excessivos, o que não é comum da raça, como gerar um animal medroso, ansioso ou agressivo demais. “Com a orientação, o veterinário poderá informar sobre os comportamentos do animal e como proceder diante deles, após o parto, os cuidados e como se aproximar dos filhotes com os pais ao lado”, orienta Olívio.

A secretária Suane dos Santos Costa, 25 anos,  quer cruzar e castrar o cãozinho, Marin (Yorkshire macho). Mas se preocupa com o histórico da fêmea. “Sempre pergunto como está a saúde dela e digo sobre as vacinas que estão em dia e da saúde do meu cachorro”, diz.

A jovem participa de um grupo da raça yorkshire no Facebook e, às vezes, tem postagem de uma doguinha procurando um companheiro. “Teve um dia que foi uma fêmea lá em casa, pela postagem no grupo, procurando um machinho. Eu combinei com os tutores, para eles se conhecerem, porém não deu certo, já que ela era bravinha”, observa.
 


Momento de cuidado 

Os riscos de interação entre os animais, neste momento, são basicamente os mesmos de períodos de não quarentena. “As doenças infecciosas e os parasitas seguem existindo independentemente da pandemia. Ocorre que um animal doente possa precisar de auxílio veterinário e, para isso, provavelmente, terá de ser levado a uma clínica ou hospital”, observa o veterinário Alexandre Merlo.

As doenças a serem observadas em exames pré-nupciais ou pós podem ser infecciosas: cinomose, parvovirose, leptospirose (cães), rinotraqueíte, calicivirose e panleucopenia (gatos); ou parasitárias: pulgas, carrapatos, vermes, piolhos e giardia.

Para ele, em um momento em que se pede a restrição de circulação devido ao risco de infecção pela covid-19, as saídas para ir ao veterinário devem ser minimizadas. “Quanto mais os bichos puderem ficar em casa neste momento, melhor. Até por dependerem de tutores, novamente, pode-se observar um aumento de risco para as pessoas pegarem o vírus”, diz Merlo, graduado e mestre pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.

O médico veterinário explica que não acha adequado cruzar os cães neste momento “não porque a pandemia em si imponha um risco, mas porque o cruzamento de animais, hoje em dia, envolve a movimentação das pessoas.” Ele acredita que valha a pena esperar. “A cobertura não é algo essencial neste momento”, afirma.

*Estagiária sob supervisão de Taís Braga


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags