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Novo normal: confira algumas regras de convivência na pandemia

A disseminação do coronavírus tem pedido não apenas novos hábitos, mas também atenção para normas de etiqueta de convívio

Correio Braziliense
postado em 23/06/2020 19:20

Mãe de um filho imunodeficiente, Fernanda da Conceição apenas aumentou os cuidados, mas a barreira do toque sempre existiu na sua casa

As medidas de segurança contra a disseminação da covid-19 orientadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) pedem novas formas de se comportar, o que tem mudado o hábito de milhões de brasileiros e pessoas ao redor do mundo. Muitos desses comportamentos exigidos têm relação com a etiqueta.

Ao contrário do que muitos pensam, etiqueta não é apenas para eventos formais. Trata-se de um conjunto de regras e normas que estabelecem quais devem ser os comportamentos de uma pessoa em um determinado local, nada muito diferente do que vem sendo exigido.

Como a doença é transmitida pelo contato, algumas normas, como tirar o sapato antes de entrar em residências, higienizar as mãos sempre que for sentar à mesa, tocar algo, ou cumprimentar alguém, devem ser naturalizadas pelas pessoas, explica o biomédico Roberto Figueiredo, conhecido popularmente como Dr. Bactéria.

Na hora de cumprimentar, beijos abraços e apertos de mão devem ser evitados.“As pessoas, especialmente as de origem latina, têm a necessidade do toque para que se sentirem receptivas. Porém, acredito que quando isso passar, acenos de cabeça e mão vão se tornar mais comuns e bem-aceitos entre os brasileiros já que dificulta o contato com outras doenças”, diz o Dr. Bactéria.

Se for receber alguém em casa, a dica é manter os locais de circulação da pessoa em poucos cômodos e higienizar bem os locais de toque como maçanetas, sofás e banheiro. “Caso façam alguma refeição, opte por um rodízio de lugares ou até mesmo intercale quem vai comer”, recomenda Roberto Figueiredo.

Toque restrito


Toques e abraços sempre foram assunto sério para Fernanda da Conceição Dias. Mãe de um filho imunodeficiente, ela conta que apenas aumentou os cuidados, mas a barreira do toque sempre existiu. “Sempre soubemos o quão perigoso pode ser um abraço para nosso filho. Sempre soubemos que a distância é uma forma de amar dolorosa, mas real”, diz.

Fernanda possui um home care e apenas ela tem saído de casa. Além da limpeza rigorosa, logo na entrada da casa, há um carrinho com luvas, máscaras, capotes e propé. “Todas as funcionárias da enfermagem que chegam aqui em casa para o atendimento dele têm os cuidados necessário. E, nesta casa, sapato não entra”, conta.

Por continuar a trabalhar durante a pandemia, Fernanda conta que os hábitos de comportamento com outras pessoas é totalmente diferente. “Mudei totalmente minha rotina, só me relaciono com acenos, evito tocar qualquer pessoa. Todos em casa estamos neuróticos, é ruim essa ansiedade toda para todos mas esses cuidados são necessários”, conta.

Viver na nova sociedade
* Leve sempre álcool em gel ou lenços umedecidos com álcool com você
* Conceda apoio por meio do telefone ou mensagem para amigos e pessoas que você acredita que precisam neste momento
* Tire os sapatos antes de entrar em residências
* Receba poucas ou nenhuma visita durante este período
* Respeite a distância de, pelo menos, um metro entre outras pessoas

Como agir em locais públicos
Dona de um brechó, Tayza Ayala exige o uso de máscara e sempre mede a temperatura do cliente

As regras de higiene sanitária também devem ser adotadas em locais públicos e de grande circulação de pessoas, tais como shoppings, mercados e bancos. De acordo como o biomédico Roberto Figueiredo, algumas medidas são indispensáveis.

“Os cuidados devem ser tanto de quem recebe, quanto de quem chega. Para clientes, máscara, luvas, álcool em gel. Se for mulher, optar pelo cabelo preso, se for homem evitar barbas. Quanto aos locais, é interessante aferir a temperatura, ter um cachepô para que o cliente possa limpar os pés antes de entrar”, orienta o especialista.

Além dos cuidados individuais, é preciso respeitar os de proteção coletivas: manter a distância entre uma pessoa e outra, evitar esbarrar em pessoas e nunca tirar a máscara. “A máscara é para evitar que gotículas de saliva entrem em contato com a outra pessoa, por isso mantenha a distância segura caso precise conversar com alguém”.

Se pedir comida, o contato como o entregador deve seguir cuidados e cordialidade. “Ao receber a encomenda, deve-se procurar não ter contato direto com o entregador, pedindo que ele deixe as embalagens sobre algum lugar. Caso seja necessário fazer algum pagamento, o uso da máscara é essencial e, logo em seguida, a higienização do cartão bancário”, orienta Figueiredo.  A regra é a mesma, em caso de produtos industrializados enlatados e que possuem embalagens de vidro.

São cuidados que Tayza Ayala, 60 anos, faz. Ela tem um bazar Plus Size em casa há sete anos, sua fonte de renda e, por isso, redobra os cuidados quando precisa atender a algum cliente. “Eu exijo que a pessoa use máscara e meço a temperatura dela antes de entrar. Também disponibilizo álcool em gel na entrada e na saída e só atendo a uma cliente por vez, como hora marcada, sempre respeitando a distância e evitando o toque”, explica.

Por pertencer a grupo de risco, ela conta que os cuidados preventivos já são hábitos na casa onde ela vive como o marido, que só entra em casa após tirar os sapatos e deixar os objetos do lado de fora. “Por eu ter formação na área da saúde, em patologia clínica, sempre segui esses protocolos. Agora, com a pandemia, isso só se reforçou”, conta ela.

Tayza conta que só sai de casa em casos de necessidade e ver todo mundo de máscara lhe traz segurança. “Quando preciso sair, vejo que as pessoas têm respeitado a distância de segurança e usado máscara, acho que esse é um comportamento que vai se prolongar por bastante tempo, pois não acho que o vírus vá sumir”, diz.

Etiqueta respiratória
* Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e nariz com o antebraço ou utilize lenços descartáveis e jogue-os fora após utilizar
* Evite tocar a boca, nariz e olhos
* Na medida do possível, evite aglomerações ou ambientes fechados
* Evite beijos, abraços ou qualquer tipo de toque
* Naturalize acenos de mão e cabeça

 

*Estagiária sob supervisão de Taís Braga

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