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Para se despedir do pet com amor, conheça opções de velório e sepultamento

Despedir-se do animalzinho de estimação é tão doloroso quanto de qualquer pessoa da família. Empresas oferecem serviços personalizados que homenageiam a memória dos bichinhos

Correio Braziliense
postado em 26/06/2020 11:00
O jazigo de Bigode recebe os cuidados da tutora Sheila Ribeiro

Os animais domésticos são como membros da família. Companheiros leais e donos de um amor que parece ser incondicional, eles têm o poder de transformar nossa realidade, mas, como os humanos, também estão presos às limitações de tempo de vida.

Despedir-se de um ser tão importante, além de doloroso, pode ser difícil. Pensando nisso, algumas empresas foram criadas para oferecerem serviços para fazer desse momento o mais especial possível e para acolher os pets e tutores nesse momento de tristeza.

Esse é o caso do crematório Paraíso Animal, no Núcleo Rural Lago Oeste,. Ele está em funcionamento desde julho de 2011 e surgiu a partir de uma necessidade familiar. “Com o falecimento da cadelinha de 17 anos da mãe do proprietário, a família se viu sem uma alternativa digna para destinar o corpinho do animal. Então, resolveram fundar uma empresa nesse segmento, uma vez que esse era um problema de muitos tutores no Distrito Federal”, explica Rafael Lopes, 25, administrador da empresa.

Ao serem acionados, eles realizam o traslado, a cremação e devolução das cinzas do pet. Além disso, dispõem de uma capela ecumênica para a última despedida e para que os tutores que desejam acompanhar o procedimento possam aguardar para receberem as cinzas.

Segundo Rafael, a empresa realiza a cremação de animais domésticos e silvestres, desde que os tutores tenham autorização dos órgãos ambientais para criá-los, o que permite destinar as cinzas a um lugar especial ou guardá-las, uma vez que são inertes e livres de patogênicos. Para ele, essa é uma forma especial de despedida. “Após convivermos com um pet, aprendemos que o carinho e o amor que nos transmitem são incondicionais e sem limites. Depois dessa cumplicidade e troca de energia, o mínimo que podemos dar a eles é um destino digno após sua partida”, afirma Lopes.

A empresária e gestora do projeto Sheila  Ângela Ribeiro, 58 anos, também teve uma motivação especial para fundar o Memorial Jardim dos Animais, há nove anos, em Águas Lindas (GO). “O grande motivo do projeto chamava-se Bigode, nosso cachorro. Vimos em uma reportagem que o Distrito Federal não tinha um cemitério para animais, público ou particular, e nos preocupamos qual seria o destino de nosso amado animalzinho quando fosse a hora de nos deixar”, lembra ela.

Bigode morreu em 2017, após 16 anos de companheirismo e cumplicidade com Sheila e a família. No memorial, sua lápide está sempre rodeada por flores e lembranças para ele, que era da raça kyi leo. “Com o início do projeto, pude ver que realmente não era só lá em casa que um animalzinho de estimação tinha tamanha importância. A cada história, em cada sepultamento, fico mais fascinada em ver o poder que esses bichinhos têm de transformar a vida das pessoas”, afirma.

O Memorial Jardim dos Animais dispõe de uma sala de velório para a cerimônia e jazigos perpétuos e não perpétuos para o sepultamento. No jardim, todos os animais de pequeno e médio porte são acolhidos e, atualmente, há cães grandes, médios e pequenos, gatos, coelhos, papagaios, periquitos, tartarugas, calopsitas e hamsters descansando no local.

Além disso, eles oferecem transporte do pet e um plano funerário preventivo, que pode ser adquirido antes do falecimento. “Esse plano tem uma forma de pagamento diferenciada e proporciona ao dono a tranquilidade de não se preocupar com as providências a serem tomadas quando o animalzinho vier a óbito, bastando apenas nos avisar onde o animalzinho está”.

Para a gestora do projeto, o memorial é um cemitério humanizado e lugar de paz para os eternos parceiros. “Ao longo dos anos, pude observar que esse processo também traz aos donos uma tranquilidade por poder prestar essa última homenagem ao seu amado animalzinho, tornando a dor da despedida mais amena. É uma forma de fazer uma última homenagem àquele que nos trouxe tantas alegrias e que nos ensina o verdadeiro amor sem pedir nada em troca”, conclui Sheila.

Cuidados no sepultamento

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária, a conhecida prática de enterrar o animal no quintal pode trazer uma série de prejuízos ao meio ambiente, principalmente em locais onde possa ser desenterrado por outros animais ou próximos a mananciais e cursos de água. O Conselho explica que os municípios podem ter legislação específica sobre o tema, especialmente em áreas de preservação permanente ou podem oferecer serviço de destinação adequada, conforme a espécie. Por isso, o CFMV indica para que sempre entre em contato com o médico-veterinário de sua confiança, que poderá orientar a destinação correta.


*Estagiária sob supervisão de Taís Braga







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