Correio Braziliense
postado em 01/07/2020 08:00
Comida sempre foi algo levado a sério na família de Gabriela Leão. As reuniões em torno da mesa, o alimento preparado com todo o cuidado, o prazer em fazer e servir uma refeição são heranças que a produtora carrega para a vida. “Eu cresci em meio a isso, com a cozinha sendo o coração da casa. Para nós, cozinhar é um momento, é muito mais do que apenas saciar a fome de comida”, resume.Na adolescência, Gabriela teve o primeiro contato com uma cozinha profissional quando a mãe dela abriu um restaurante, no início dos anos 1990, na Asa Sul. A garota costumava não só frequentar o Café Fornalha, que funcionou até 1995, como sempre dava uma mãozinha no negócio familiar. E tomou ainda mais gosto pela gastronomia.
Em 2003, abriu o próprio negócio, uma empresa especializada na produção de eventos infantis, com a filosofia de oferecer uma experiência de entretenimento. “Fomos pioneiros, em Brasília, por exemplo, em levar oficinas, como de cupcake, de artes, de ciências, para as festas”, detalha. Foi nessa época que Gabriela percebeu uma característica comum nas celebrações: os pais preparavam aniversários supercharmosos, com muito capricho na decoração, mas deixavam a desejar na escolha do cardápio — nem sempre tão saudável nem, muito menos, com uma apresentação bonita, à altura de uma festa bem planejada.
Ela viu, então, ali, um novo nicho de negócio. Em 2010, a mãe abriu um outro restaurante, desta vez no Setor Bancário Sul. A chef era a matriarca, Patrícia Leão, mas Gabriela não só entrou como sócia do Flor de açafrão como ainda lançou a ideia de usar a estrutura do restaurante para oferecer bufês personalizados para festas infantis, de acordo com o tema do aniversário.
Ela ficou, então, responsável por criar esses cardápios, que, além de charmosos e saborosos, tinham uma pegada saudável. “É claro que uma coxinha e um cachorro-quente têm seu valor. Mas queríamos oferecer mais que isso.” E exemplifica: “Se o tema da festa era Cinderela, eu servia miniabóboras recheadas. A ideia era tornar aquele momento em algo memorável e inesquecível para a criança.”
A volta na pandemia
O Flor de Açafrão, tanto o restaurante quanto o bufê, funcionou até 2014. Nessa época, Gabriela ficou grávida do terceiro filho e percebeu que estava na hora de dar um tempo. Coincidiu que a mãe, que, além de chef, é arquiteta, decidiu voltar a investir na antiga carreira. Assim, Gabriela resolveu manter apenas a Aloha, sua empresa de entretenimento infantil. Isso até maio deste ano.
Com o início da pandemia e a pausa nas festas, Gabriela viu o movimento da Aloha despencar. “Nosso único serviço passou a ser enviar kits de entretenimento para a casa dos clientes, para pais e filhos se divertirem juntos.” E ela pensou: por que não resgatar o Flor de Açafrão, mas em novo formato? A produtora selecionou os melhores parceiros e criou um modelo de festas em casa — na verdade, uma experiência gastronômica cheia de charme. E não se restringiu às celebrações infantis. “Dessa forma, ainda movimentei o mercado, trabalhando com fornecedores locais.”
O primeiro grande desafio do Flor de açafrão foi o Dia dos Namorados, quando Gabriela criou cestas personalizadas para celebrar a data. Com o “ótimo feedback”, montou alguns outros modelos de comemoração. “Costumo dizer que são pequenos grandes encontros.” Ela oferece desde piqueniques e brunchs até kit para festa infantil e tábuas de frio.
Alguns dos produtos que compõem os kits são fornecidos por parceiros comerciais; outros são de fabricação da própria Gabriela, como o cuscuz colorido ao curry, cuja receita ela compartilha com os leitores da coluna e faz parte do brunch. “Ele funciona como um prato mais substancioso e acompanha comidinhas para petiscar”, detalha. E pode ser degustado, por exemplo, com um clericot — drinque feito com vinho branco, rosé ou espumante e uma base de frutas frescas.
Como boa produtora, Gabriela prima pela apresentação dos kits. O piquenique e o brunch, por exemplo, podem ir em cestas de palha de taboa, que depois podem virar, por exemplo, um cachepô, ou em caixa kraft. “Os nossos frios vão em uma linda tábua de ardósia preta.” Se a ideia é celebrar um aniversário, além do bolo, dos docinhos, do brownies, das geleias artesanais e das quiches, ainda vão balões personalizados. Tudo para transformar este momento tão delicado que estamos vivendo em uma celebração única.
Cuscuz colorido ao curry
Ingredientes
- 1 copo americano (250g) de cuscuz marroquino (semolina)
- 2 copos americanos de caldo de legumes fervendo
- 1 colher (sopa) de manteiga
- 4 colheres (sopa) de azeite
- 1 cebola média picada
- 2 dentes de alho picados
- 1 pimentão vermelho médio, cortado em cubos delicados
- 2 xícaras de cenouras, cortadas em cubos
- 1 abobrinha-italiana média cortada em cubos
- 1 xícara de flores de brócolis picadas
- 100g de castanha-de-caju tostada (ou amêndoas)
- 4 colheres (sopa) de damascos picados
- 100ml de leite de coco
- 1 colher (sopa) de manjericão
- 1 colher (sobremesa) de curry
- sal e pimenta-do-reino a gosto
- salsinha picada a gosto
Modo de fazer
- Em uma frigideira com azeite, frite o curry, a cebola e o alho. Em seguida, adicione o pimentão vermelho, as cenouras, as castanhas, salteie e abafe. Antes de a cenoura ficar bem cozida, junte a abobrinha, o damasco, o leite de coco. Tampe e, após uns dois minutinhos, retire do fogo para manter a crocância.
- Coloque a água ou caldo de legumes fervente em um refratário. Adicione um pouco de sal e uma colher de manteiga. Coloque todo o cuscuz nesta água, cubra e deixe descansar por cinco minutos para que o cuscuz absorva toda a água.
- Junte a mistura de legumes e curry ao cuscuz. Acrescente o manjericão e o brócolis e misture bem, acertando o sal e colocando pimenta a gosto.
- Salpique a salsinha picada e sirva.
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