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Toda forma de vida importa!

Esta semana, estamos comemorando 20 anos que um documento histórico foi redigido. A Carta da Terra veio para afirmar princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global, justa, sustentável e pacífica, principalmente, neste momento em que o planeta se vê diante de uma pandemia que assusta, confina e mata milhares de seres humanos, do desequilíbrio ecológico que provoca a extinção de várias espécies, das tensões sociais, que são o reflexo de atitudes inadmissíveis de racismo arraigado em nossa cultura, enfim, neste momento, crítico que vivemos.

A redação desse documento foi um processo participativo e inclusivo, que nasceu nas discussões que aconteceram na Eco 92, no Rio de Janeiro, e resultou em uma declaração internacional, que há 20 anos já era importante, mas hoje se tornou a mensagem mais relevante e urgente de todas.

Agora, quando se faz necessário inventar o novo normal, devemos fazer uso das diretrizes nela encontradas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum.

Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz. Para chegar a esse propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.

É tempo de assumirmos responsabilidades coletivamente para termos condições de nos adaptar ao novo paradigma cosmológico que entende a Terra como um ser vivo. O antropocentrismo já era. TODA FORMA DE VIDA IMPORTA.

Delírio humano precisa ser contido antes que, em sua ganância, destrua a beleza desta nave magnífica na qual viajamos pelo Universo.

A forma como nos relacionamos uns com os outros precisa ser transformada de forma estrutural. Não vai mais adiantar apenas falarmos que entendemos que o bem-estar do outro é tão importante quanto o nosso próprio bem-estar. Agora, precisamos avançar para além da retórica e estabelecer efetivamente novos modos de relacionamento.

Uma cultura de tolerância começa pelo respeito, pelo entendimento mútuo, por uma visão inter-religiosa que reconheça, como nos diz a Carta da Terra, a paz como fundamento de relações corretas consigo mesmo, com as outras pessoas, outras culturas, outras espécies, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.

O streaming está disponível, e quem quiser conferir o lindo festival onde a carta foi celebrada pode procurar no YouTube em earth chart international festival. Foi uma das iniciativas mais incríveis das quais já participei.