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Coelhos, répteis, pássaros. Saiba como proteger as espécies de pet do frio

Apaixonados por animais precisam ter cuidados no inverno. Especialistas orientam como amparar os pets e deixá-los aquecidos na estação

Correio Braziliense
postado em 10/07/2020 09:00
Criador de hamster, o fisioterapeuta Leonardo de Lima Dantas sempre põe serragem seca na gaiola para aquecer o bichinho

O inverno é a estação mais temida pelos donos dos animais de estimação. Expostos a baixas temperaturas, os cães ficam mais suscetíveis a doenças, como a gripe. Mas não só eles. Gatos, coelhos, hamsters e até aves podem sofrer com o frio e exigem cuidados especiais neste período. “O frio propicia a dispersão de vírus e bactérias, então é necessário estar atento a cuidados veterinários, como a vacinação”, orienta o veterinário Andre Luiz B. Cezar.

Ele explica que a temperatura ideal do corpo humano é 36,5C°, mas em cães e gatos, ela fica entre 38C° e 39C°. “Os primeiros sinais de que sentem frio são: coriza, secreção (no focinho e nos olhos), prostração, caminhar lento, longos períodos dormindo, rejeição à comida e espirros”, detalha Andre.

A sugestão dele é prestar atenção no dia a dia. “O banho muito quente nem sempre é a melhor opção. A água em alta temperatura pode desidratar a pele do cachorro e até lesioná-lo”, explica o veterinário, que também é adestrador de animais. Uma solução é a roupinha, mas o atrito da peça com a pele pode embolar os pelos. “Os fios costumam ficar mais compridos durante o inverno, o ideal é escovar constantemente.”

O veterinário Fábio Barreto reforça, ainda, que se deve evitar roupinhas com muitos detalhes. “Essas peças podem incomodar e até machucar. Gatos não costumam tolerar bem. Só os deixem de roupas se notar que estão se sentindo bem”, detalha. Manter o lugar onde o animal dorme aquecido é uma ótima opção. “Nos dias quentes, pode ser confortável para ele dormir diretamente no chão. Porém, nos meses mais frios, ele gosta mesmo é de uma cama bem quentinha”, observa.

De acordo com ele, que é especialista em clínica e cirurgia de pequenos animais e dono do Hospital Veterinário Arca de Noé, no Lago Sul, o ideal é que a cama do bichinho esteja forrada com cobertor e tecidos que mantenham o calor. “Lembre-se de que as cobertas devem ser lavadas com frequência, pelo menos uma vez por semana”, sugere.Para quem tem hamster e coelho, durante a noite, o ideal é manter a gaiola ou cercado próximo a um calor artificial. “Evite locais com corrente de vento direto. Procure deixar a gaiola coberta com um pano mais grosso e deixe sempre uma parte descoberta. Durante o dia, tente deixá-los perto do sol”, orienta Fábio Barreto. O veterinário observa que, com esses cuidados, aumenta-se a prevenção de doenças respiratórias, como traqueobronquites, asmas e pneumonias.

O fisioterapeuta Leonardo de Lima Dantas, 30 anos, cria hamster e calopsita. Ele conta que esses animais não são fãs do frio. “O mais prejudicial são as correntes de ar. Para evitar essa situação, adotamos algumas medidas. No caso das calopsitas, nós fechamos as janelas e cobrimos com tecido ou lona as gaiolas”, afirma.

Para os hamsters, os cuidados são redobrados. “Oferecemos uma forragem importada, além da maravalha (serragem seca), que ajuda na confecção do ninho. Pois o frio extremo pode levar o hamster à letargia, e ele acaba morrendo por não se alimentar nem se hidratar direito”, completa o criador.


A ação do inverno em cada espécie

Aves

Se você gosta de fazer carinho no passarinho, deve ter percebido que o corpo dele é mais quente. E essa não é apenas uma impressão. Estudos indicam que a temperatura corporal varia entre 39°C e 42°C. Ou seja, mais ou menos como a de um humano com febre alta. 

Confira algumas dicas:
  • Proteção: coloque a gaiola em um ambiente fechado e longe das correntes de vento. O passarinho pode estranhar em um primeiro momento, mas logo se acostumará com o ambiente e estará protegido das baixas temperaturas.
  • Calor: o inverno não traz apenas temperaturas baixas, mas aquele solzinho também. A dica é aproveitar o calor dos raios solares. Caso não tenha sol, pode optar pelo aquecedor. Entretanto, antes de instalá-lo, consulte um veterinário para saber se a espécie pode aproveitá-lo sem problemas.
  • Alimentação: Coloque porções generosas para o passarinho, pois, no frio, ele gasta muita energia para se manter quentinho e precisa de uma alimentação mais reforçada.

Répteis

No caso desses animais, existe um agravante: eles regulam a temperatura interna a partir da externa. Enquanto uma temperatura incorreta acelera ou diminui o metabolismo, a umidade em excesso pode facilitar a proliferação de fungos e de bactérias na pele. Já a baixa pode levar ao ressecamento e à desidratação. Confira como ajudar seu pet:
  • O vidro dos terrários tem proteção contra raios solares, a recomendação é fazer uso de lâmpadas UV durante o ano todo.
  • Quase todos os répteis dependem da luz ultravioleta para a produção de vitamina D.


Coelho

A temperatura corporal varia entre 38ºC e 40ºC, e a ideal para o ambiente deve girar em torno de 18ºC. Quando a temperatura cai rapidamente, você pode observar os seguintes sintomas no bicho:
  • Tremores
  • Rigidez muscular
  • Focinho e orelhas frias
  • Cãibras
  • Pele seca
  • Respiração mais lenta e dificuldade para respirar
  • Movimentos lentos e desajeitados

Proteção: envolva o coelho com um cobertor, para protegê-lo e transmitir calor. Você também pode colocá-lo nos braços, embrulhado no cobertor, em um lençol ou toalha seca por alguns minutos. Além de colocar o pano na gaiola.
 
*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte

 

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