Revista

No compasso da realidade

Gabriel Canella junta ficção e realidade nos atuais projetos dele: a série Reality Z, da Netflix, e o espetáculo teatral Lockdown

Correio Braziliense
postado em 12/07/2020 04:23
Gabriel Canella pode ser visto na série Reality Z e na reprise da novela Êta mundo bom

O ator Gabriel Canella sempre foi fã de séries com zumbis. Por isso, comemora poder unir essa preferência com o lado profissional em Reality Z, série brasileira da Netflix que se passa durante um apocalipse zumbi iniciado no Rio de Janeiro. “Foi uma realização profissional, já que era fã dessas séries de zumbis. A produção da série, que foi a primeira nesse gênero no país, foi surpreendente porque você conseguir transformar mais de 100 zumbis em um dia não é para qualquer um”, elogia Gabriel.

Na série, ele vive Marcos, participante do reality show Olimpo que, por estar confinado no programa, se vê livre dos zumbis num primeiro momento. O tempo vai passando e Reality Z vai abordando temas muito inerentes à sociedade atual, como egoísmo, racismo, violência e também coisas boas, como solidariedade, espírito de equipe e altruísmo. “Tanto Reality Z quanto a pandemia que estamos vivendo estão mostrando dois lados e trazendo uma visão aberta de que, com o ser humano agindo por meio da união e da generosidade, o mundo funciona melhor. Vemos isso claramente em Reality Z quando os personagens se colocam no lugar do outro e tentam, de alguma forma, se solidarizar e encontrar uma saída para que eles se ajudem e tenham êxito na dificuldade que estão vivendo. Mas, também conseguimos ver que os personagens agem de forma egoísta, e isso acaba prejudicando um grupo de pessoas”, reflete.

Como ator, Gabriel se define como uma “massa de argila que se molda a qualquer tipo de personagem”. As várias formas que ele toma podem ser conferidas atualmente em duas produções. Em Reality Z, Marcos é o estereótipo do homem bonitão, forte, que conquista todas as mulheres — “machista e preconceituoso”, como completa o próprio ator. Na Globo, ele dá vida a Vermelho, personagem de Êta mundo bom!, novela que voltou com sucesso na faixa Vale a pena ver de novo.

“Eu gostei muito de fazer o Vermelho porque ele tinha em comum comigo a garra de querer vencer na vida e lutar pelos sonhos. Tanto que, no final da novela, ele termina dando o beijo na futura dona do dancing onde ele começou como garçom. Eu adorei me rever na novela e também gostei muito do carinho do público”, comenta Gabriel, que se considera muito mais maduro como pessoa e como ator desde que a novela de Walcyr Carrasco foi ao ar pela primeira vez, em 2016.

Não é só em Reality Z que Gabriel consegue dialogar com a realidade. Em Lockdown, espetáculo teatral que ele pretende estrelar no início do ano que vem, isso também acontece. Ele juntou-se a Pablo Cortez e a Camila Curty, colegas no projeto Studio Casa, para levar aos palcos uma peça que tivesse “pegada realista”. A tarefa ficou a cargo do autor Herton Gustavo Gratto, que juntou dois universos no mínimo díspares.

“A peça se passa nesse momento de pandemia e faz uma relação com os personagens da peça Um bonde chamado desejo, de Tennessee Williams. Lockdown vai ser uma peça em que poderemos fazer o público passar por vários tipos de emoções e sensações. Espero que o público se identifique com vários momentos da vida e veja que a arte imita a vida de forma sincera”, finaliza um ator que não tem o menor medo da ousadia.

Duas perguntas // Gabriel Canella

O Marcos de Reality Z participa do reality Olimpo. Você participaria de um programa como esse?
Apesar de ser fã de reality shows e do Big brother — inclusive torci muito para o que Babu vencesse essa última edição —, acredito que não porque, no momento, estou num processo de estudo como ator. Tenho o projeto de montar um espetáculo chamado Lockdown. Mas acho o programa sensacional e um sucesso. Inclusive adoraria ver outra edição ainda este ano.

Se você pudesse transformar algumas pessoas em zumbi quem não escaparia?
Acho que o (Fabrício) Queiroz, Sérgio Cabral e toda essa corja de políticos corruptos que prejudicam o nosso país. A corrupção virou uma praga no Brasil e isso trouxe um retrocesso na educação, cultura, saúde, e agora, mais do que nunca, estamos sentindo isso na pele.

Leia a íntegra da entrevista com Gabriel Canella em http://blogs.correiobraziliense.com.br/proximocapitulo/


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