Correio Braziliense
postado em 02/08/2020 04:27
Falta um mestre
Ao analisar as opções da Globo para reprises de novelas diante da pandemia de covid-19 podemos até dizer que, no ano em que a televisão brasileira completa 70 anos, a emissora resolveu prestar uma homenagem aos grandes novelistas vivos do nosso país. Está no ar uma reprise de Aguinaldo Silva, Fina estampa. Os veteranos ainda estão contemplados com a confirmação de Laços de família, de Manoel Carlos, no Vale a pena ver de novo; de Flor do Caribe, de Walther Negrão, às 18h; e de A força do querer, de Gloria Perez, às 21h. Silvio de Abreu ainda supervisiona Haja coração, próxima das 19h.
A lista dos autores é de encher os olhos de qualquer noveleiro de plantão. A de autores, diga-se, porque nem sempre a dos títulos corresponde. Mas chama a atenção uma ausência importante. Cadê uma reprise de Gilberto Braga, Rede Globo? Vários são os títulos de Gilberto, dono de um dos melhores textos entre os pares da geração dele, que mereciam ser revistos, seja às 18h ou às 21h, seja por meio de minisséries — o autor não é muito afeito à faixa das 19h.
Antes de a reprise de Flor do Caribe ser confirmada, ainda me vinha a esperança de me deliciar com a volta de Força de um desejo, novela que Gilberto escreveu em 1999. Talvez os mais de 220 capítulos tenham sido um empecilho, mas bem que ela poderia ter vindo no lugar de Novo mundo. Mas e Lado a lado, novela de João Ximenes Braga e Claudia Lage, da qual Braga é supervisor de texto e tem a marca dele? Para essa não tem desculpa: a trama ganhou o Emmy Internacional em 2013, e o debate racial trazido pela novela mostraria a atemporalidade de uma grande obra.
Com a grade de novelas fechada — Amor de mãe e Salve-se quem puder devem começar a ser gravadas novamente em breve para voltarem no início de 2021 —, a Globo bem que poderia se lembrar de minisséries, como Labirinto (1998), Anos rebeldes (1992) e a clássica Anos dourados (1986). Obras de relevância não faltam a esse grande mestre. Vem, Gilberto!
Liga
Os indicados ao Emmy, principal prêmio da televisão dos EUA, foram anunciados na última terça-feira. E se, em outros anos, a gente reclamou da falta de atores negros na lista, este ano foi diferente. A representatividade entre os principais indicados é um dos destaques da lista — e com boas chances de consagração em 20 de setembro, quando os vencedores serão revelados. Parabéns à academia!
Desliga
A série Desejo sombrio, da Netflix, foi anunciada como a grande virada na carreira de Maite Perroni, que não consegue se livrar do rótulo de ex-RBD. Não será desta vez. A trama não decola e se arrasta por 17 longos capítulos. Rocambolesco, o suspense se perde entre as várias e repetitivas cenas calientes protagonizadas pelo elenco. O pior é que a história não é de todo mal — uma boa editada a transformaria em 6, 7 episódios sem problemas.
O que vem por aí
- Amanhã, às 13h30, a Warner Channel lança a quinta temporada de Superstore
- Na terça-feira, a Netflix divulga a série Mundo mistério, com Felipe Castanhari
- Também na terça tem a reestreia de Que história é essa, Porchat? no GNT, às 22h30
- Na sexta-feira, chega à Netflix a terceira temporada de The rain
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.