Revista

Explosões de solidariedade

Correio Braziliense
postado em 02/08/2020 04:27
Na próxima quinta-feira, completará 75 anos do dia mais triste da história da terra. O dia em que a bomba atômica explodiu. Num intervalo de três dias, Hiroshima e Nagasaki foram bombardeadas e mais de 250 mil pessoas, aniquiladas.

A primeira cidade atingida foi Hiroshima, em 6 de agosto de 1945. Na ocasião, 80 mil pessoas foram vaporizadas instantaneamente com o calor da destruição; outras, mais distantes do local de lançamento, acabaram carbonizadas. Além disso, grandes incêndios foram registrados por toda a cidade. Apesar da grande destruição, parte da cúpula do governo japonês recusava-se a acreditar que os Estados Unidos detinham outra bomba atômica. Triste ilusão.

Em 9 de agosto, foi a vez de Nagasaki. Dizem que, no momento em que a bomba explodiu, a 850 metros do solo, a visão foi a de um Sol.

O ser humano demonstrou naquele momento que não dispunha de inteligência suficiente para escolher formas de enfrentamento menos violentas. A bomba atômica simbolizou a derrota da humanidade no planeta.

A partir de então, alguns cientistas e inventores geniais da época, cientes da perversidade de tal ato, caíram em depressão e até suicidaram-se.

O mundo nunca mais foi o mesmo. A constatação de que o ser humano não só pode como, efetivamente, opta por causar tamanha destruição a seus semelhantes e ao planeta tem um impacto muito negativo.

Muitas crianças nunca ouviram falar nisso. Algo que, a meu ver, pode multiplicar o perigo que o homem representa para o próprio homem. O esquecimento de um evento como esse é um péssimo sinal. Que o choque causado pela pandemia nas mentes de homens e mulheres pelo mundo afora possa trazer de volta a consciência de que o bem-estar do outro é tão importante quanto o meu próprio bem-estar. E, principalmente, de que o aniquilamento do outro é o meu próprio aniquilamento.

Que todos possam refletir sobre isso nos próximos dias e, quem sabe, aproveitar a oportunidade que estamos vivendo para mudar, definitivamente, o paradigma.

Chegou a hora de experimentarmos explosões de solidariedade, chegou a hora de ser proclamada a paz!
 

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