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Máscaras criadas para atividade física diminuem desconforto durante treino

Equipamento nunca deve ser esquecido na hora da malhação. Empresas desenvolvem modelos que dão mais conforto na hora de se exercitar

Correio Braziliense
postado em 03/08/2020 09:00
Equipamento nunca deve ser esquecido na hora da malhação. Empresas desenvolvem modelos que dão mais conforto na hora de se exercitar
Entre decretos, liminares e recursos, as academias do Distrito Federal voltaram a funcionar no dia 10 de julho. Em meio ao aumento de casos de contaminação do coronavírus, as regras de distanciamento, higienização dos espaços, limite máximo de pessoas e uso obrigatório de máscaras de proteção são algumas das medidas que visam diminuir os riscos para os frequentadores.

O uso de máscaras, uma das principais medidas de proteção contra o coronavírus em todos os ambientes públicos, porém, pode ser um desafio durante a prática de atividades físicas. José Rodrigues Pereira, pneumologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que ainda existem muitas informações conflitantes no que diz respeito à prática de atividades intensas com a máscara, pois, ainda, não existem estudos definitivos sobre os possíveis riscos. Porém, a necessidade de usá-la é inegável, de forma que, quem optar por se exercitar, não deve abrir mão dela, a não ser que esteja em casa.

O médico, no entanto, afirma que máscaras de uso profissional, como a N95, não devem ser adotadas durante exercícios, a preferência deve ser pelas máscaras usadas no dia a dia, de algodão, por exemplo. “As profissionais, cirúrgicas ou N95, são muito mais densas para evitar contaminação por gotículas minúsculas e oferecem maior resistência à passagem de ar, o que pode prejudicar a troca gasosa durante o exercício”, explica.

Entre as máscaras de uso popular, a de algodão é a mais segura no que diz respeito à contaminação por coronavírus. Pereira acrescenta que equipamentos em outros tecidos, como o elastano e o poliéster, que não umedecem tão rápido ou são mais confortáveis, são eficazes, mas menos seguros do que o algodão.

“Ainda oferecem proteção, mas, quanto mais confortável a passagem de ar, menor a eficácia na proteção. Não existe máscara perfeita, se você prioriza conforto, perde em termos de segurança e, se está mais seguro, está mais desconfortável”, pondera.

Entre os maiores problemas, os atletas ressaltam a sensação de abafamento e o esforço maior para respirar, o que pode dar uma sensação de sufocamento. Pereira explica que os riscos que podem surgir estão relacionados ao prejuízo na troca gasosa — quando o corpo absorve o oxigênio e libera dióxido de carbono.

Em casos muito intensos, pode causar tonturas, sonolência e confusão mental. Ao experimentar algum desses sintomas, é importante interromper o exercício. O pneumologista recomenda que as atividades aeróbicas tenham menos intensidade e não sejam praticadas por muito tempo. Além disso, pessoas que já têm condições de saúde que prejudiquem a troca gasosa, como bronquite e enfisema, devem evitar o exercício com máscara, optando pela atividade em casa.

Oportunidade


Prevendo a necessidade de equipamentos de segurança mais confortáveis, algumas marcas adiantaram-se e passaram a oferecer acessórios diferenciados. Foi o caso da Strong Monkey, empresa brasiliense de artigos esportivos, que percebeu a necessidade dos clientes, amigos e até dos próprios sócios e passou a vender uma grade de proteção para ser usada por baixo da máscara, impedindo que o tecido entre no nariz ou na boca.

Vitor Meirelles Muniz, sócio e fundador da empresa, explica que a grade cria um espaço entre máscara e rosto e, mesmo com a respiração ofegante ou acelerada, ela permanece no lugar. Com um pedido experimental ao fornecedor, que se esgotou em poucos dias, Vitor fez novas encomendas e resolveu criar, também, uma máscara de algodão e com um elástico atrás.

Vendendo o combo, a empresa atingiu, principalmente, praticantes de crossfit, corredores e ciclistas, atividades que impactam na respiração. O consultor técnico em saúde Klauss Garcia, 26 anos, foi um dos primeiros clientes a comprar a grade de proteção. Quando voltou a frequentar seu box de crossfit, já chegou equipado.

“Tinha testado em casa, tanto a máscara quanto a grade, queria ver se me sentiria confortável e gostei muito. Treino muito pesado, fico ofegante. No dia que me exercitei com máscara e sem grade, não durei cinco minutos, na primeira respirada, a máscara entrou na boca”, conta Klauss.

O consultor acrescenta ainda que, antes de decidir voltar ao box, checou como estavam as condições de segurança e se sentiu protegido. Cada aluno ocupa um espaço sinalizado no chão e apenas nove pessoas podem fazer cada aula.
 

Fique atento!

  • Nenhuma máscara é 100% segura, então, mantenha o distanciamento social de, no mínimo, dois metros.
  • Durante a atividade, evite colocar a mão no rosto. Se necessário, limpe o suor com antebraço.
  • Evite tocar a parte externa da máscara.


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