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Tocha olímpica fica confinada em passagem pela Indonésia

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postado em 22/04/2008 11:36
JACARTA - A tocha dos Jogos Olímpicos de Pequim teve uma breve passagem nesta terça-feira pela Indonésia. No mesmo momento, a China começava a preparar o próximo revezamento pedindo aos simpatizantes do governo comunista que o apóiem quando na quinta-feira a tocha cruzar a capital da Austrália. O ambiente em Jacarta não foi festivo. A organização se limitou a realizar um revezamento dentro do estádio Bung Karno (que recebe o nome do fundador do país, Sukarno) diante da presença das únicas 5.000 pessoas autorizadas a assistir ao ato, em meio a um forte esquema de segurança. Os arredores do estádio Bung Karno estavam desertos. Mais de 2.000 agentes foram mobilizados para evitar que possíveis manifestantes conseguissem se aproximar. O revezamento ficou reduzido ao mínimo. Começou às 14h10 locais (04h10 de Brasília) e terminou às 15h30 locais (05h30 de Brasília). As forças de ordem realizaram apenas uma intervenção antes do começo do evento para dispersar dezenas de manifestantes em defesa da independência do Tibete reunidos nas imediações do estádio. Manifestantes com camisas com as inscrições "Tibete livre" foram presos. As autoridades indonésias tomaram medidas para que após os "incidentes" em Grécia, França e Grã-Bretanha ativistas defensores dos Direitos Humanos perturbassem a passagem da tocha. O governador de Jacarta, Fauzi Bowo, foi o primeiro a conduzir a tocha, que foi apagada poucos segundos depois devido a um problema técnico e teve que ser reacendida. Entre os 80 revezadores, 15 eram atletas de badminton, o único esporte no qual a Indonésia brilha em nível internacional. Um deles foi Taufik Hidayat, medalha de ouro nesse esporte nos Jogos Olímpicos de Atenas. Também participaram o embaixador da China em Jacarta e o ministro indonésio do Turismo, Jero Wacik. Mas a segurança foi tão reforçada que dezenas de estudantes que pretendiam assistir à passagem da tocha foram barrados na entrada do estádio, segundo a rádio Elshinta. "Estamos decepcionados", disse Zaini, um dos jovens impedidos de participar da cerimônia. Os poucos militantes dos Direitos Humanos presentes nas imediações do estádio acusaram o governo de ter confinado a tocha para privilegiar suas relações com a China, um dos principais sócios econômicos da Indonésia. Jacarta foi a quinta etapa asiática da chama olímpica depois de Islamabad, Nova Délhi, Bangcoc e Kuala Lumpur. Sua próxima etapa será a capital da Austrália, nesta quinta-feira. As autoridades chinesas já começaram a prepará-la pedindo que os simpatizantes do regime chinês a apóiem em Camberra, ressaltou nesta terça-feira o ministro australiano das Relações Exteriores, Stephen Smith. Em Camberra milhares de estudantes chineses e centenas de militantes pró-Tibete são aguardados. Por isso as autoridades temem distúrbios, embora Smith tenha advertido que atos violentos não serão tolerados. O périplo mundial da tocha olímpica foi tumultuado devido a manifestações em favor da independência do Tibete desde que foi acesa na cidade grega de Olimpia, no dia 24 de março, poucos dias depois da violenta repressão por parte de Pequim de manifestações no Tibete.

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