Em recuperação de uma fratura por estresse na perna esquerda, o lateral Roberto Carlos, do Fenerbhaçe, pentacampeão mundial com a seleção brasileira na Copa de 2002, não quer que a última imagem sua com a camisa verde e amarela fique guardada pelo torcedor como o "episódio da meia".
Execrado após a eliminação para a França na Copa da Alemanha, em 2006, por supostamente estar ajeitando os meiões quando deveria estar acompanhando Henry, autor do gol que mandou o Brasil para casa mais cedo, o jogador aproveitou sua estadia no Palmeiras para colocar um ponto final na polêmica.
"Isso foi invenção de uma certa pessoa e eu não quero nem falar o nome dela. Foi uma invenção, pois não teve nada de ajeitar a meia. Eu não tinha nem que estar ali na jogada e não era minha obrigação ter marcado o Henry", lembrou, confessando que chegou a ficar com medo da reação das pessoas na primeira vez em que voltou ao Brasil depois da Copa.
"Fui a um show do Edson e Hudson (cantores sertanejos) e subi ao palco para cantar com eles. Fiquei com medo da vaia, mas não aconteceu nada disso. Ficou provado que as pessoas não esqueceram meu passado. Não esqueceram o que sofri no União São João para chegar ao Palmeiras, das minhas passagens pela Inter de Milão e pelo Real Madrid, dos meus 15 anos de seleção, nos quais perdi apenas 16 jogos. Esse respeito é bonito de ver e estou sentindo isso também na Turquia", emocionou-se.
Pronto para voltar
Passado o trauma da ;meia;, Roberto Carlos falou sobre o atual momento da seleção e, apesar de elogiar três de seus concorrentes (e criticar uma escolha de Dunga), o lateral colocou-se à disposição de Dunga para voltar a vestir a amarelinha.
"Se o Dunga precisar da minha experiência, estou bem e motivado para voltar. Não quero voltar apenas para vestir a camisa ou andar em campo. Quero voltar para disputar as Eliminatórias, a Copa América e, quem sabe a Copa do Mundo. Quero voltar para ser campeão de novo com a seleção", avisou.
Questionado se teria condições de brigar pelo lugar de titular, foi claro: "O Dunga tem o Gilberto (Hertha Berlim), o Marcelo (Real Madrid) e o Kléber. Também chama o Richarlyson, mas acho meio estranho, pois ele é meia no São Paulo. Ele está bem servido, mas, se precisar de mim, estou à disposição e vou brigar para ser titular", concluiu.