postado em 11/05/2008 17:54
Se as experientes Fabíola Molina e Flávia Delaroli já haviam garantido vaga nas Olimpíadas de Pequim anteriormente, o Troféu Maria Lenk, realizado no Rio de Janeiro, serviu para que a delegação brasileira feminina na natação aumentasse ainda mais. E dentre as novas classificadas se encontram duas novatas, ambas com vaga nos 100m borboleta: Gabriella Silva e Daynara Lopes. As duas não escondem a felicidade pela realização do sonho.
;Eu nado desde os seis anos e desde os oito eu falo que a Olimpíada é um sonho de vida, o sonho máximo. Eu não podia estar mais feliz. Sempre fui apaixonada por natação. Quando eu era criança, fazia quatro esportes, mas larguei o judô, a ginástica e o balé para me dedicar apenas à natação. E neste momento vejo que tudo valeu à pena;, afirma Gabriella.
;Antes eu queria uma vaga no Pan e consegui. Depois queria uma medalha no Pan e consegui também. Depois passei a almejar uma vaga olímpica e alcancei. Agora eu quero uma semifinal, uma final;, salienta a esperançosa brasileira, de 19 anos, e que não esconde a ansiedade para chegar logo na China.
;Vai ter nervosismo, pode ter deslumbramento, quando eu olhar para o lado e ver o Phelps ali perto. Mas isso não pode me atrapalhar e simservir de motivação;, completa.
Um ano mais nova do que Gabriella, Daynara Lopes também se mostra em êxtase com a vaga conquistada. Tentando controlar o nervosismo que já vinha sentindo mesmo antes de garantir sua classificação, a menina ainda não sabe os próximos passos que dará antes de Pequim.
;Fiquei muito nervosa, mas acho que meu técnico ficou mais nervoso do que eu. Só consegui me acalmar um pouco na hora de cair na água. Mas ainda não associei bem o que eu fiz. Acho que a ficha ainda não caiu. Quando olhei para o placar e vi o tempo, todo mundo gritando, eu não acreditei. Eu sempre falava para minha mãe quando eu via Olimpíada ;Mãe, imagina eu lá!’. Agora nem acredito que estarei em Pequim. Ainda preciso conversar com minha mãe, meu técnico para saber o que fazer;, comenta Daynara.
Com a experiência de ter competido nas Olimpíadas de Atenas em 2004, Joanna Maranhão também aproveitou o Troféu Maria Lenk para assegurar classificação nos 400m medley. A pernambucana se mostra satisfeita com o atual momento da natação feminina do Brasil.
;A gente está crescendo. Algumas deram uma caída como eu, mas já voltaram a nadar bem. Além disso surgiram a Gabriella e a Daynara, que são duas grandes revelações e podem representar bem o nosso país;, salienta Joanna.
Já Fabíola Molina garantiu que os bons resultados alcançados pelas nadadoras no Troféu Maria Lenk não chegaram a surpreendê-la. ;A gente já esperava que mais meninas se classificassem. Para a gente é ótimo, porque faz tempo que lutamos pelo bem da natação feminina no Brasil. E ver meninas como a Gabriella e a Daynara despontando é uma vitória para todas nós;, discursa Fabíola.
Em sua segunda Olimpíada (ela disputou também os Jogos de Sydney em 2000), Fabíola Molina levará uma fã na própria delegação brasileira. ;Sou muito fã da Fabíola, desde pequena que eu a acompanho. E ela é linda, além de ser muito simpática;, exalta Daynara Lopes.
Apesar do bom momento vivido pela natação feminina, as nadadoras sabem que dificilmente conseguirão estar no pódio em Pequim. ;Em final até acredito que possamos ter alguém, mas medalha eu acho muito difícil que a gente traga;, conclui Joanna.