postado em 07/06/2008 19:40
A presença do presidente Juvenal Juvêncio em um dos treinamentos desta semana surtiu efeito no São Paulo. Com 15 minutos iniciais avassaladores, a equipe aliviou a pressão sobre Muricy Ramalho com uma convincente goleada por 5 x 1 sobre o Atlético Mineiro, a primeira vitória tricolor neste Campeonato Brasileiro.Os três pontos somados neste sábado fazem o atual bicampeão saltar da zona de rebaixamento para o sétimo lugar, agora com seis pontos. Mais do que isso, o time liquidou dois tabus: não vencia os alvinegros de Belo Horizonte desde 2004 e não sabia o que era marcar cinco gols desde a goleada por 6 x 0 aplicado sobre o Paraná em 1; de setembro no Nacional do ano passado.
O jogo
A partida começou como o tempo que dominava o Morumbi na noite deste sábado: morna. Os movimentos iniciais das duas equipes não saia do repertorio de toques laterais e trocas de passes sem intenção de aprofundar jogadas no ataque. Mas bastou um tiro forte de longe para quebrar o script com um golaço.
Com oito minutos de jogo, Hernanes recebeu na intermediária, limpou a marcação e, mesmo muito distante do gol, acertou um lindo chute de perna esquerda, sem chances para o goleiro Juninho.
O forte arremate do volante tricolor apenas abriu caminho para o massacre. Desligado em campo, o Atlético dava espaços que o time de Muricy Ramalho não desperdiçava. Aos 12 minutos, saiu o segundo. Os donos da casa trabalhavam a bola na área pela esquerda e Borges achou Aloísio no meio da área. O camisa 14 fez o trabalho de pivô e rolou para Joilson bater forte e fazer o seu primeiro gol com a camisa do time do Morumbi.
O terceiro demorou apenas três minutos para sair. E novamente com um jogador pouco afeito a encontrar as redes. Após nova troca de passes com tranqüilidade, André Dias apareceu como atacante, entrou na área e, com a bola limpa dentro da área, tocou por cima de Juninho.
A apatia mineira aliada à velocidade e determinação paulista davam a impressão de goleada, que quase se confirmou aos 18 minutos, quando Aloísio matou no peito na entrada da pequena área e bateu para o gol. Borges, sem nenhuma marcação, chegou segundos atrasados e não conseguiu empurrar para as redes vazias.
Diante da possibilidade de voltar para Belo Horizonte com uma derrota histórica, o técnico Alexandre Gallo queimou duas substituições aos 23 minutos para repovoar o meio-campo, abdicando do 3-5-2, e dar mais velocidade ao ataque. O volante Serginho entrou na vaga do zagueiro Welton Felipe e o atacante Beto substituiu o ala-esquerda Thiago Feltri.
As alterações surtiram efeito no sentido de acalmar o ímpeto são-paulino, mas, na frente, os alvinegros erravam passes e ainda encontraram uma defesa bem postada, que não deixava a bola chegar com perigo a Rogério Ceni. Desta maneira, o ritmo do confronto caiu muito. Quem mais se movimentou foram mesmo os atleticanos, que deram seus primeiros respiros em chutes despretensiosos de Coelho e Beto.
Superior diante de um adversário ainda assustado pelo que aconteceu nos 15 primeiros minutos e que parecia esperar o intervalo para tentar algo novo, o São Paulo tratou de liquidar o jogo, novamente em excelente troca de passes. Aos 38 minutos, Jancarlos foi lançado na direita e cruzou para a área. A bola passou por Aloísio, mas encontrou Hugo livre para cabecear e fazer o quarto gol.
No intervalo, a esperada bronca de Alexandre Gallo parecia ter surtido efeito nos mineiros, que voltaram muito mais acesos e com um minutos se aproximou de seu primeiro gol em chute de Coelho que Almir desviou rente à trave. A nova motivação do clube de Belo Horizonte desarrumou momentaneamente a zaga de Muricy Ramalho, que passou a se utilizar de faltas para anular a velocidade adversária.
Com o transcorrer do jogo, entretanto, o Tricolor impôs seu ritmo mais tranqüilo para não correr o risco de dar esperanças ao inimigo que parecia abatido. Com uma marcação mais adiantada, dificultava a saída de jogo atleticana. E ainda criou grande chance com Jancarlos que tabelou com Aloísio, limpou a marcação, mas chutou por cima aos 15 minutos.
A boa jogada do lateral-direito reacendeu o confronto por alguns momentos. Enquanto os atleticanos assustaram em chute cruzado de Renan, o São Paulo voltou a se animar e marcar presença no ataque. O quinto gol esteve perto de sair em cabeçadas de Hugo e Aloísio.
Os comandados de Muricy, contudo, acreditaram que o renascimento de suas jogadas de frente foi suficiente para o Atlético aceitar a goleada sem reagir. Mas não foi o que aconteceu. Dispostos a evitar uma humilhação, os vice-campeões mineiros voltaram a acreditar na velocidade de seus atacantes e ainda ganharam com mais participação de Coelho. E o gol de honra finalmente saiu.
Aos 25 minutos, o lateral-direito fez jogada na entrada da área e foi derrubada. Falta perigosa que Renan cobrou na barreira. No rebote, Coelho arriscou de longe e contou com um desvio de Alex Silva para enganar Rogério Ceni e fazer as redes balançarem pela primeira vez na noite a favor dos alvinegros.
E o gol injetou ânimo na equipe de Gallo, que passaram a dominar a reta final do confronto. O São Paulo ainda tentou desafogar sua defesa com um gol de Borges, que a arbitragem anulou. Mas era o time de Belo Horizonte que mandava, supremacia marcada em chute perigoso de Renan e em tentativa de Gedeon na qual Rogério Ceni fez ótima defesa.
Os esforços do centenário clube de Minas Gerais, entretanto, foram em vão até mesmo para fazer o segundo gol. E ainda abriu espaços para contra-ataques para os são-paulinos. Em um deles, a goleada foi ampliada. Aos 39 minutos, Hugo errou passe para Borges, mas retomou a bola, entrou na área e finalizou para o seu segundo gol no jogo. Primeira vitória tricolor no Brasileirão sem dó do Atlético.