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Na festa da conquista da Copa do Brasil, ninguém cala o Leão

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postado em 12/06/2008 22:11
Na quarta-feira, o jornal Diario de Pernambuco já havia avisado: "Alguns dias demoram mais do que os outros. Hoje, acreditem, o tempo não vai andar. Estamos vivendo um dia que nunca irá acabar. Que vai morar para sempre na memória de cada torcedor do Sport". Era o dia 11 de junho. E, de certa forma, continua sendo. É como se as cidades que compõem a Região Metropolitana do Recife estivessem em um transe contínuo.

Desde a expectativa antes da final, passando pelo movimento intenso de torcedores, a confiança, a tensão, o sonho, a Ilha do Retiro absolutamente lotada, todas as televisões ligadas, as ruas vazias na hora do jogo, a explosão de cada gol, a gritaria, os fogos de artíficio, o tradicional buzinaço (talvez o maior de todos os tempos), o desfile de camisas e bandeiras rubro-negras.

Todos ; queiram ou não ; ainda respiram o título da Copa do Brasil conquistado pelo Sport, que deu ao tricampeão pernambucano uma vaga na Taça Libertadores do ano que vem. Não se fala em outra coisa. Não se ouve outra coisa. Não há como fugir. Não há por que parar. Acreditem, por mais que o calendário de hoje marque o dia 13, ainda estamos vivendo sob a atmosfera daquele 11 de junho de 2008. Inevitavelmente eterno. Muitos sequer dormiram. O som constante do buzinaço foi uma prova disso.

A festa, claro, começou na Ilha do Retiro. Passou para a sede. Para a Avenida Sport Club do Recife. E se espalhou pelas ruas da cidade. Algumas, em especial. Como a esquina entre a rua Ernesto de Paula Santos e a Avenida Boa Viagem. Em frente ao hotel onde o Corinthians estava hospedado.

Centenas de rubro-negros fizeram plantão até amanhecer com o insistente grito: "Não chora, não chora, não chora" e uma série de provocações sem fim. Noite longa para os adversários. Estrada longa para os torcedores corintianos que vieram de São Paulo barulhentos e esperançosos. O dia 11 para eles também não terminou. Nem a viagem de volta.

"Acabou tudo"

Bares e restaurantes lotaram em um inesperado (pelo menos, para os menos prevenidos) movimento que varou a madrugada. Alguns simplesmente não tinham mais o que oferecer aos seus clientes. "Acabou tudo", diziam os garçons com sorrisos incrédulos. Numa churrascaria pertinho da Ilha, dirigentes, jogadores, comissão técnica e torcedores se uniram.

O título era igualmente de todos. Madrugada adentro e lá estava, por exemplo, o volante do Leão, Daniel Paulista, e seu filho recém-nascido. Antes do meio-dia, o mesmo Daniel estava em pé, no sol quente, na avenida Boa Viagem dando entrevistas para uma rede de TV. Às 15h, estava na Ilha. Ele e todos os demais jogadores tinham hora marcada para se reapresentar. Acreditem: amanhã tem jogo pelo Campeonato Brasileiro.

Mas a vida não volta ao normal. Afinal, uma nova vida começou dia 11. Às 16h de amanhã, em Florianópolis, o jogo será Figueirense x "O Campeão do Brasil". Festa, orgulho, buzinaço, provocações, entrevistas, reportagens em todos os jornais, sites e programas de TV do Brasil e até mesmo além das fronteiras nacionais;O Sport e seus torcedores seguem aproveitando cada minuto e cada momento, redescobrindo todo o significado de ser campeão nacional. De estar no centro das atenções. No lugar onde todos sempre querem estar.

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