postado em 18/06/2008 16:23
O técnico Wanderley Luxemburgo conhece bem o momento de pressão pelo qual passa seu colega Dunga na seleção brasileira. Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, o atual comandante do Palmeiras foi bastante criticado, coincidentemente após um revés para o Paraguai em Assunção, mas conseguiu se recuperar ao bater a Argentina por 3 a 1. Por isso, torce que a história se repita com o capitão do tetra.
;As críticas têm que vir porque a seleção não jogou bem nesses dois últimos jogos. Mas não pode haver falta de respeito com o profissional. O Dunga está vivendo justamente o que eu vivi na seleção. Perdi no Paraguai por 2 a 1 e sofri a mesma pressão. Tem que ter respeito. Uma coisa são críticas, mas outras são posições pejorativas e covardes, de quem apenas se aproveita do momento;, disparou Luxa, que vê naturalidade na pressão sobre qualquer comandante canarinho.
;Pegar no pé do técnico da Seleção Brasileira faz parte da nossa cultura. Para se ter idéia, o técnico mais execrado no Brasil foi o Telê Santana, que era chamado de pé-frio. Mas participou de duas Copas, em 82 e 86;, recordou.
Solidário ao atual treinador da seleção, o técnico quer ver o Brasil reagindo de forma convincente no clássico contra a Argentina, nesta quarta-feira, no Mineirão. Nas Eliminatórias para o Mundial da Coréia do Sul e do Japão, Luxemburgo conseguiu amenizar a pressão justamente com uma boa vitória sobre o arqui-rival.
;Vou torcer para que o Brasil dê uma chinelada forte na Argentina e possamos sair de lá com quatro, cinco gols. Quero que ganhe com contundência, porque sempre ganhamos assim da Argentina. Perdi do Paraguai, mas no jogo seguinte ganhamos de três da Argentina e caminhamos em busca da classificação à Copa do Mundo. Agora, espero que as coisas voltem ao caminho natural com a vaga e a conquista em 2010, porque a Copa do Mundo já começou;, apontou o comandante.
Com Dunga ameaçado, o técnico do Palmeiras é um dos mais cotados a substituir o ex-volante no cargo. Luxa, porém, manifestou apoio total ao treinador gaúcho e negou que tenha vontade imediata de reassumir o comando do time nacional.
;Sou parceiro do técnico da seleção brasileira. Todos que estiveram lá eu fui parceiro, tirando o Zagallo, que interpretou errado uma entrevista minha dizendo que eu seria ser o técnico da seleção, mas depois entendeu que eu era um profissional com anseio de crescer, tanto que cheguei à seleção;, recordou Luxa, incluindo, portanto, o desafeto Emerson Leão, que o sucedeu na seleção, em sua lista de 'parceiros'.
Ao garantir sua torcida para o sucesso do ex-volante, o atual campeão paulista aproveitou para criticar quem o chama de ;oportunista por criar propostas a ele; - o são-paulino Muricy Ramalho, sem citar nomes, alertou Dunga de que há muita gente 'de olho no cargo e forçando a barra'.
;Falam que eu faço lobby... Onde fiz lobby para ir para o Lyon, Fenerbahce, México, Portugal e seleção brasileira? O lobby do Luxa são as conquistas. Torço, sou brasileiro e quero que Brasil ganhe, que o Dunga vá à Copa do Mundo. No dia em que o cargo estiver vago quero ser um dos postulantes, pois tenho capacidade. Estou de olho em 2014;, encerrou o treinador palmeirense.