Jornal Correio Braziliense

Superesportes

Para Luxemburgo, Europa roubou a 'magia' brasileira

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O estilo ofensivo, com trocas de passes envolventes, que tem sido apresentado por algumas seleções na Eurocopa são um contraste com o que se vê no Campeonato Brasileiro. E Wanderley Luxemburgo define de maneira simples o culpado para que o ;país do futebol; tenha times que priorizam a defesa: o tratamento nas categorias de base. ;O futebol europeu roubou o que o Brasil sempre teve: magia. Hoje, todos enaltecemos Portugal, achamos que a Eurocopa é a coisa mais bonita do mundo, com dois, três atacantes, um volante. E nós com três zagueiros, três volantes... É um momento de reflexão e só vamos entender se formos na base;, indicou. De acordo com o treinador do Palmeiras, o jogador chega à equipe principal com seu talento diminuído em função das exigências físicas que sofreu nas faixas inferiores. Por isso, craques brasileiros que hoje desfilam no exterior são cada vez mais raros aqui. ;Depois que o Alex e o Diego foram embora, não surgiu mais nenhum meia esquerda no Brasil. Por quê? Porque colocaram um volante ou um zagueiro no lugar deles. Não tem espaço no time para eles treinarem. Hoje, você só procura defensor e volante. Tem que voltar a buscar o jogador talentoso;, pediu, justificando sua tese com os últimos torneios nacionais. ;O melhor jogador do Brasil no ano passado foi um goleiro, o Rogério Ceni, porque tem qualidade para isso. Antes (2005), tinha sido o Tevez e agora o Valdívia, um chileno, foi o melhor de São Paulo;, recordou. Com o problema ;diagnosticado;, Luxa emenda com a solução. O ex-lateral-esquerdo de pouco sucesso em Flamengo e Botafogo sonha com outros ex- jogadores participando de maneira mais ativa da formação de novos atletas. ;O ex-jogador sabe apreciar o futebol, tem essa sensibilidade, ensina como encaixar, bater, entrar na bola. Uma das coisas mais gostosas da minha vida eram os churrascos em Santos quando eu ficava batendo papo com ex-jogadores, conversa fiada mesmo. Aprendia muito;, aponta, disparando críticas a quem não tem história no esporte. ;Se você tira essas pessoas, o futebol vai ter muito professor de Educação Física ensinando. Aí, você vai ver todos os times da base com três zagueiros, 50 volantes, esquecendo nossa essência... Nada contra esses professores, eu também sou um, mas tem uma porção de gente ;madrake;, preocupada só com a parte física;, acusou. ;Tem que haver preocupação na formação e se aproveitar profissionais do futebol. Isso é importante neste momento. É neles que eu busco minha raiz para se tornar jogador de futebol;, finalizou o filósofo comandante do Verdão.