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Feras da Copa de 58 recebem mais uma homenagem

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postado em 28/06/2008 09:53
Nem só de Copa do Mundo viveram os jogadores campeões mundiais em 1958, na Suécia. Todos fizeram bonitas carreiras nos clubes que defenderam. E a maioria por equipes brasileiras, ao contrário dos atletas de hoje, que embarcam precocemente para outros países. ;Hoje, mudou tudo. Infelizmente, não se tem ídolos por aqui;, lamenta Zagallo, ponta-esquerda de destaque no Flamengo e no Botafogo. ;Era muito difícil ir para o exterior antes. Tinha que ser muito bom para sair;, lembra Dino Sani, volante, que contrariou a tendência da época: além de ídolo no São Paulo e no Corinthians, encantou as torcidas de Boca Juniors e Milan. Dino, por exemplo, colecionou troféus ao longo de 19 anos de carreira. Guarda com carinho a conquista do Campeonato Paulista de 1957, pelo São Paulo, que tinha De Sordi, e recorda até o título da segunda divisão do estadual, em 1951, pelo XV de Jaú. ;Eu era novo (19 anos) e estava emprestado pelo Palmeiras, clube que me revelou. Foi lindíssimo;, conta. Se o interior era capaz de emocionar os meninos de então, o craque também conseguiu a glória almejada por qualquer jovem atleta do século 21: foi campeão europeu na temporada de 1962/63 pelo Milan, ao lado do atacante Mazzola. Nessa época, aconteceram alguns dos maiores confrontos entre clubes europeus e sul-americanos na história, com a presença de vários campeões de 1958. Na decisão do Campeonato Mundial Interclubes de 1963, Mazzola enfrentou o goleiro Gilmar, o volante Zito, o ponta-de-lança Pelé e o ponta-esquerda Pepe. ;Foram jogos entre dois grandes times, sem violência e com muita técnica;, conta Pepe. Na época, a final era disputada em partidas de ida e volta: a primeira, na Itália, foi vencida pelo Milan por 4 x 2. O Santos devolveu o placar no Maracanã. O resultado obrigou a realização de um jogo extra: 1 x 0 para os brasileiros, de novo no Rio de Janeiro. Pelé e Zito só disputaram o primeiro duelo. Dino Sani, nenhum. A memória de Zagallo seleciona confrontos entre times do Brasil. Como jogador, menciona o tricampeonato carioca conquistado pelo Flamengo, em 1953, 1954 e 1955. Mas o Velho Lobo prefere os torneios que venceu como técnico. ;O Botafogo foi campeão da Taça Guanabara de 1967 em cima do América, treinado pelo Evaristo (Evaristo de Macedo, ex-atacante do Flamengo). O Paulo César (Paulo César Caju, ponta-esquerda) fez um jogaço e marcou os três gols;, diz Zagallo, que avançou 34 anos no tempo para falar de outro tri, também no estadual do Rio. ;Aquele 3 x 1 sobre o Vasco, em 2001, com três gols do Petkovic, foi fantástico.; Condecoração A turma campeã em 1958 recebeu mais uma homenagem nesta sexta-feira (27), na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Ao contrário do que havia informado a Secretaria de Cultura do Distrito Federal no dia anterior, Pelé não compareceu à cerimônia. De manhã, embarcou de volta para São Paulo. Os outros estavam lá: Zagallo, Dino Sani, Mazzola, De Sordi, Bellini, Orlando, Moacir, Zito, Pepe, Djalma Santos e Marcelo Neves, filho e representante de Gilmar. Além do radialista Luiz Mendes e dos suecos Kurt Hamrin, ponta-direita da seleção anfitriã, e Bengt Agren, membro do comitê organizador daquele Mundial. Sentados diante de uma entusiasmada platéia, com várias crianças acompanhadas dos pais, o grupo acompanhou o discurso do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Ele entregou a cada um a Ordem do Mérito Brasília, a mais alta condecoração do DF, durante a palestra A Conquista de 58. Zagallo, Dino Sani, Mazzola, Bellini e Neves deixaram a cidade ontem e não participaram do jantar na Embaixada da Suécia. De Sordi vai embora neste sábado. Orlando, Djalma Santos, Zito, Pepe e Moacir, no domingo. Eles devem comparecer ao Festival de Comida Sueca, que será realizado às 11h no restaurante comunitário do Recanto das Emas.

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