postado em 28/06/2008 20:54
Foram 16 seleções, 30 jogos e 84 gols marcados. Agora, depois de 22 dias, apenas duas nações terão a honraria de disputar a final da Eurocopa de 2008. Neste domingo, no estádio Ernst Happel, em Viena, Espanha e Alemanha se enfrentarão a partir das 15h45 (horário de Brasília), decidindo entre si qual poderá ser considerada a melhor seleção da Europa até 2010, quando voltam a se exibir em uma Copa do Mundo. O caminho da tarimbada Alemanha até a decisão foi bastante complicado. O time de Joachim Low estreou com vitória sobre a Polônia, mas perdeu da surpreendente Croácia e só se garantiu nas quartas-de-final porque venceu a Áustria. Porém, nas fases eliminatórias, os germânicos embalaram e despacharam duas das principais sensações da Eurocopa: Portugal, nas quartas, e Turquia, nas semifinais. Os espanhóis, por sua vez, fizeram uma campanha irrepreensível na primeira fase, passando pelo Grupo D com vitórias sobre Rússia, Suécia e Grécia. Nas quartas-de-final, os comandados de Luis Aragonés penaram para passar pela Itália, mas se garantiram nos pênaltis e avançaram. Nas semifinais, em novo confronto contra a Rússia, a Fúria passou fácil e eliminou a última vedete da Euro. Para a Espanha, no entanto, o título continental tem representado uma expectativa muito grande. Conhecida pela fama de jogar bem e não conquistar títulos, a seleção ibérica comemora a chegada à final pela primeira vez desde 1984, quando perdeu o título para a França de Michel Platini. Título mesmo, os espanhóis se conquistaram na edição de 1964, quando receberam a União Soviética para a final e venceram por 2 x 1.
Os alemães, por outro lado, não podem reclamar de retrospecto na competição continental. Entre 1972 e 1996, o país só não ficou entre os quatro primeiros da Europa em 1984. Desde então, neste período, foram três títulos (1972, 1980 e 1996), dois vices (1976 e 1992) e um terceiro lugar (1988). Porém, como não foi às semifinais nas duas últimas edições da competição, quer usar o título para recuperar o prestígio perdido.
Para a final, os dois times não contam com suspensões, já que o regulamento da Eurocopa zerou os cartões amarelos após as quartas-de-final ; as duas seleções, por sinal, sequer foram advertidas em suas respectivas partidas pelas semifinais. Por isso, eventuais mudanças na escalação será decorrente apenas de uma mudança tática ou de uma contusão. E é isso que preocupa a Alemanha.
Isso porque o meia Michael Ballack, principal articulador de jogadas da Mannschaft, sofreu uma lesão na panturrilha direita durante os treinos desta sexta-feira de sua equipe. O jogador reclamou de dores e sequer participou das últimas movimentações de Joachim Low antes da final. O jogador ainda será examinado horas antes da partida e só terá sua escalação confirmada nos vestiários.
O técnico alemão, porém, manteve o mistério na escalação. "Ballack ainda não está descartado, e a equipe médica está trabalhando durante 24 horas por dia para tentar recuperá-lo", disse Joachim Low, que, por precaução, prepara opções. "Nesta posição, podem jogar Tim Borowski e Bastian Schweinteiger", alerta.
No entanto, a Espanha também pode ficar sem um importante nome para a decisão: ninguém menos que o atacante David Villa, artilheiro da Euro com quatro gols, que deixou a partida contra os russos nas semifinais com um estiramento muscular na coxa ainda no primeiro tempo. Como Villa ainda é dúvida, Luís Aragonés ainda não sabe quem irá escalar no setor ofensivo espanhol: David Villa, Fernando Torres, Cesc Fábregas ou Daniel Güiza. "Com Torres e Villa, tivemos alguns problemas para dominar a faixa central do campo. Só conseguimos porque estávamos em maioria", disse Aragonés, após a partida contra os russos pelas semifinais. "Sobre a escalação, não sei ainda."
FICHA TÉCNICA - ALEMANHA X ESPANHA
Local: Ernst Happel Stadion, em Viena (Áustria)
Data: 29 de junho de 2008, domingo
Horário: 15h45 (horário de Brasília)
Árbitro: Roberto Rosetti (ITA)
Assistentes: Alessandro Griselli (ITA) e Paolo Calcagno (ITA)
ALEMANHA: Lehmann; Friedrich, Mertesacker, Metzelder e Lahm; Hitzlsperger, Frings (Rolfes), Schweinsteiger e Ballack (Borowski); Podolski e Klose
Técnico: Joachim Low
ESPANHA: Casillas; Sérgio Ramos, Marchena, Puyol e Capdevila; Marcos Senna, Xavi Hernandez, Iniesta e David Silva; Fábregas (Villa) e Fernando Torres (Güiza)
Técnico: Luis Aragonés