Superesportes

Revezamento masculino busca recorde em Pequim

;

postado em 31/07/2008 09:52
Com duas medalhas olímpicas como herança, o revezamento masculino 4x100m embarcou na noite de quarta-feira para a China com uma meta clara estabelecida. Apesar da profunda renovação - apenas um integrante possui experiência olímpica -, o grupo sonha com uma final e um recorde sul-americano durante os Jogos Olímpicos de Pequim. "A meta que estamos buscando é melhorar nossa marca", explica o técnico Jayme Netto, referindo-se aos 37s90 estabelecidos durante as Olimpíadas de Sydney-2000. Contando com seus 'medalhões' (Vicente Lenilson, Edson Luciano, André Domingos e Claudinei Quirino), o Brasil foi prata na prova, melhorando o bronze que já tinha de Atlanta-96 sem Lenilson. Em Pequim, apenas ele permanece no grupo, que se completa com os estreantes Sandro Viana, Bruno Lins e Rafael Ribeiro, titulares, e os reservas Nilson André e José Carlos Moreira. "É uma seleção muito nova e fazer a final já é um bom resultado", destaca o treinador, com indisfarçável confiança. "Mas a gente sempre quer o melhor", completa sem cravar um pódio. Lenilson elogia os atuais companheiros. "A nível técnico já tivemos equipe mais forte, mas não tão bem treinada". A confiança, contudo, não afasta o discurso ponderado. "A gente pode ser medalhista como pode não ser. Depende muito do dia". O revezamento brasileiro chega a Pequim com o quarto melhor tempo do mundo em 2007 (37s99, registrado no Mundial de Osaka) e a quinta melhor média (38s13) do ranking de classificação olímpica (calculado pelo melhor tempo de 2007 e o de 2008). "No ano passado surpreendemos com uma equipe que estava desacreditada pela renovação e agora temos a segunda melhor marca (da história brasileira)", lembra Sandro Viana. "Fizemos nossa lição de casa. Nossa responsabilidade é não desperdiçar todo o trabalho que foi feito até agora". A preparação incluiu quatro campings no Brasil e um no exterior. "Fiz todas as experiências que tinha de fazer e fiquei muito satisfeito com os resultados", diz o treinador, que já definiu a formação olímpica na pista. Lenilson abrirá a prova, seguido por Ribeiro, Lins, com Viana fechando a disputa. A concorrência em Pequim vai ser dura e encabeçada pelas equipes dos Estados Unidos e da Jamaica, líderes do ranking e que contam com os principais destaques internacionais entre os velocistas. Os jamaicanos têm a dupla Usain Bolt (9s72) e Asafa Powell (9s74), respectivamente, atual e ex-recordista mundial dos 100m. Os norte-americanos têm Tyson Gay, atual campeão mundial dos 100m e que já correu 9s77 nesta temporada. "Esta vai ser a Olimpíada mais difícil", ressalta Netto, considerando a evolução da concorrência. Para chegar perto dos favoritos, tranqüilidade será fundamental. Fazer uma prova perfeita aumenta as chances de bons resultados e, para isso, o veterano Lenilson não tem poupado palavras na doutrinação dos estreantes. "Sinto que os meninos me escutam e respeitam e isto me deixa bem", afirma o velocista, que não se sente mais responsável por ser o único medalhista remanescente na equipe. "No Pan, carreguei mais responsabilidade porque os meninos nunca tinham corrido para público tão grande". Pelo menos até aqui, a tática tem dado resultado. Na fila do check-in, Lins confessava estar bem mais tranqüilo do que esperava. "O Vicente fala muito para não perdermos o foco e deixarmos de correr. A gente pára para ouvir. Agora é hora de manter a cabeça fria e não se preocupar com quem está torcendo. Se pudesse, conquistava dez medalhas para todo mundo ficar feliz". Orientação, aliás, não lhe falta. Os ex-olímpicos Quirino e Domingos também não poupam recomendações. "O André (que também treina no Clube Rede) é amigo, me aconselha sempre. Com o Nei eu não cheguei a treinar, mas ele também nos aconselha. Passar experiência é bom não só para a gente, mas para o atletismo". Prévia Antes das Olimpíadas, o revezamento brasileiro poderá fazer um tira-teima final contra alguns de seus principais adversários. Dia 7 de agosto, a equipe participa do GP de Xangai no qual também devem competir Jamaica, Grã-Bretanha e Trinidad & Tobago. "É a chance para aproveitar e ver como os outros estão e filmar tudo da arquibancada", avisa Viana.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação