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Com futuro indefinido, Valeskinha ainda não sabe explicar 2004

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postado em 04/08/2008 10:55
Barueri (SP) - Quatro anos depois do trauma da semifinal olímpica em Atenas, uma das principais jogadoras do Brasil na ocasião ainda não sabe dizer o que aconteceu. Em conversa informal com a Gazeta Esportiva.Net antes do embarque da seleção brasileira para o Oriente, Valeskinha falou sobre o trauma grego, mas garantiu que o grupo atual é bem diferente do time que ficou em quarto lugar na última edição dos Jogos. ;Em Atenas a gente estava tão focada que perder a semifinal daquele jeito foi uma desilusão muito grande;, comentou a jogadora, se referindo ao duelo contra a Rússia no qual as brasileiras desperdiçaram nada menos que sete match ponts. ;Tanto que nós nem conseguimos jogar a decisão do terceiro lugar contra Cuba;, destacou. De acordo com a versátil jogadora, as atletas da seleção nacional estavam plenamente confiantes de que finalmente chegariam à inédita final olímpica. ;Não dá nem para explicar o que realmente aconteceu naquele momento. Fica uma sensação de vazio. Só espero que em Pequim a gente não deixe mais para resolver na próxima bola, uma bola que nunca chegou;, afirmou. Uma das seis remanescentes daquele time (as outras são Fabiana, Fofão, Mari, Sassá e Walewska), Valeskinha acredita que as coisas mudaram bastante desde então. Segundo ela, a derrota em Atenas, somada às perdas traumáticas do Mundial de 2006 e do Pan-2007 podem ser um estímulo a mais na China. ;Não dá para falar que é a mesma história, nem para comparar uma coisa com a outra. É outro pensamento, essas atletas tem uma outra experiência de vida. Aquelas meninas vinham da escola do Bernardinho e só depois passaram para a escola do Zé Roberto. A bagagem era diferente. Mas, apesar de mais novas, as jogadoras de hoje estão maduras e acho que todo essa passado pode ajudar a fortalecê-las agora;, analisa. Espécie de ;coringa; de Zé Roberto na seleção (já que pode atuar de ponteira, central e até líbero), Valeskinha passou a jogar na ponta por indicação do próprio treinador - porém, não esconde a vontade de que gosta mesmo é de atuar como meio-de-rede, posição na qual se consagrou. ;Eu gosto de jogar e saio ganhando com essa versatilidade, mas é a mesma coisa de você escrever com a mão direita e depois passar a escrever com a mão esquerda. Por mais que você saiba trabalhar com as duas, com qual vai se sentir mais à vontade? Com a direita, é claro;, destaca. Mãe e futuro - Filha de Aída dos Santos, quarta colocada no salto em altura das Olimpíadas de Tóquio-1964, Valeskinha acredita que seu ciclo na seleção está acabando, mas diz que vai aceitar as convocações do técnico Zé Roberto quando elas surgirem. Com relação aos clubes, ela definiu apenas uma coisa: não vai acompanhar a onda de repatriamento e permanecerá mais uma temporada fora do país. ;Esses atletas que estão voltando ficaram muito tempo fora do Brasil. Eu, não;, comentou a jogadora, que já disputou dez finais de Superliga e só foi para o exterior na temporada passada, para defender o time italiano do Novara. ;Agora que eu saí do país, encontrei o meu caminho;, emenda. De acordo com a jogadora, ela deve atuar em um mercado emergente. ;Ainda não fechei nada, estou vendo propostas, mas esse ano vou para um país como Turquia, Japão, Rússia...;, comentou a jogadora, sem medo de passar por problemas como os enfrentados pelo trio Fofão-Walweska-Jaqueline no Murcia, que incluiu atrasos de pagamentos e infra-estrutura deficiente. ;Dificuldade você encontra em qualquer lugar, mas depois se adapta. Quero ter outras experiências e conhecer outras pessoas e culturas;, minimizou. Até a definição do que vai fazer depois de Pequim, Valeskinha só reclama das saudades da mãe. ;Ela está nos Estados Unidos com a minha irmã e só volta em outubro. Faz dois meses que eu não a vejo e nem consegui me despedir dela antes de viajar para a China;, lamentou.

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