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Jogadoras admitem: jogo contra a China foi pior que a decisão pelo ouro

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postado em 29/08/2008 11:25
Relembrando a conquista do título olímpico em Pequim-2008, as jogadoras da seleção brasileira feminina de vôlei destacaram que o momento mais tenso da campanha não foi a emocionante disputa pela medalha de ouro, contra os Estados Unidos. De acordo com as atletas, o maior obstáculo foi encarar a China na semifinal. Além de estar diante das medalhistas de ouro em Atenas-2004 e atuando contra um ginásio lotado de torcedores chineses, as brasileiras ainda tinham que conviver com o estigma de jamais terem passado para a decisão do primeiro lugar no pódio: de Barcelona-1992 até Atenas-2004, o time verde-amarelo acabou caindo justamente na semi. "A descarga emocional mais forte mesmo foi contra a China, que era o time da casa. Estava todo o time naquele expectativa: "Será que esse time passa ou não passa?"", conta a levantadora reserva Carol Albuquerque. "Até a gente que estava no banco se sentiu mais tranqüila na final do que na semifinal por conta de toda a história do vôlei brasileiro", admitiu. A partida contra a China começou complicada, com o Brasil errando muito e as asiáticas abrindo 5 a 1 logo de cara. "Ganhamos de 3 a 0, mas foi um jogo tenso até o segundo set. Só aí com a tranqüilidade de já ter 2 sets a 0 no placar que conseguimos dar uma relaxada e imprimir o ritmo que conseguimos nos jogos anteriores", analisa a meio-de-rede Walewska. Uma das poucas que aparentavam tranqüilidade no início da partida contra a China era a ponteira Mari: tanto que, quando ela entrou no saque, o Brasil finalmente embalou na partida e equilibrou as ações no primeiro set. "Todo mundo entrou muito ansioso para jogar e eu sabia que, se a gente não se acalmasse, a China iria abrir e seria muito difícil de recuperar. Quando as chinesas ganham um set, elas crescem e fica difícil para o adversário", afirma. Mari vai ainda mais longe ao avaliar a importância de tirar as donas da casa da briga pelo primeiro lugar no pódio. "Se nós não tivéssemos passado por aquele jogo, nós não teríamos conquistado o ouro", acredita a atleta. "Realmente a gente estava pensando muito mais na semifinal que na final, pois se chegássemos na decisão, já teríamos feito história. Nos concentramos na semi e o que viesse depois era lucro", reconheceu.

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