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Ouro em Pequim, Cielo ainda "sonha" com prêmio em dinheiro

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postado em 02/09/2008 21:29
Enquanto a saltadora Maurren Maggi já embolsou R$ 150 mil em prêmios de patrocinadores pela conquista do ouro no salto em distância nos Jogos Olímpicos de Pequim, o nadador César Cielo praticamente ainda não engordou sua conta bancária por ter conseguido o mesmo resultado nos 50m livre. "Tô na mesma de antes das Olimpíadas", diz o primeiro campeão olímpico brasileiro da natação. Personagem central em dezenas de eventos nas últimas semanas, o máximo de retorno, além da medalha, que teve foram muitos parabéns e tapinhas nas costas. E as perspectivas de a situação mudar não são lá muito grandes, pelo menos por enquanto. Segundo o presidente da Confederação Brasileira de Desporto Aquático (CBDA), Coaracy Nunes, uma premiação especial para o atleta dependerá da entrada de co-patrocinadores para reforçarem o orçamento garantido, nos últimos 20 anos, pelos Correios. "Não tem nada previsto, eu gostaria muito e estamos procurando duas ou três grandes empresas interessadas em fazer parceria com os Correios para gerar mais recursos. Se conseguir vou dar prêmio para o Cielo", afirmou o dirigente, prometendo incluir na lista também os demais finalistas olímpicos em Pequim (Thiago Pereira, Kaio Márcio e Gabriella Silva). Até agora, o único dinheiro extra proveniente do desempenho olímpico veio da participação de Cielo em um desfile de moda, no início da semana. Mas o valor do cachê, o nadador não pode revelar. Além dele, Maurren também desfilou no evento. A Samsung, uma de suas patrocinadoras, não deu premiação financeira, mas liberou que o atleta escolhesse os produtos que desejasse em sua linha. Bem-humorado, Cielo brinca com a situação e lembra que, no último domingo, levou sorte para o piloto Valdeno Brito. O paraibano, que ainda não havia vencido nenhuma etapa da Stock Car, acabou faturando a Corrida do Milhão, no Rio de Janeiro, embolsando US$ 1 milhão (R$ 1,6 milhão) pelo resultado. "Se eu ganhasse US$ 5 mil já tava bom", brincou o nadador, que acompanhou a prova no boxe da Medley, equipe do vencedor. Mais do que ainda não ter lucro com o título, Cielo ainda espera para zerar os gastos que teve durante a preparação. Como não faz mais parte do time da Universidade de Auburn desde que se profissionalizou no ano passado, Cielo tem de bancar todos os gastos com seu treinamento, inclusive o salário do técnico Brett Hawke e as despesas das viagens de competição. "Tenho de bancar do meu bolso", diz o atleta. O nadador ainda tem valores a receber da CBDA como reembolso por duas competições nos Estados Unidos. "Mas a culpa é minha que demorei a entregar os comprovantes", minimiza o atleta, que além da empresa de eletro-eletrônicos tem os patrocínio dos Correios, Unimed-Santa Bárbara D'Oeste e do Clube Pinheiros. Na última temporada, Cielo investiu US$ 2.500 na preparação, mas, pelo menos desta vez, contou com o dinheiro dos Correios. Em 2006, ele precisou ser 'paitrocinado' após ser cortado pela Confederação da lista de patrocínio da estatal. Membro do trio de elite da Confederação, Cielo assim como Thiago Pereira e Kaio Márcio puderam fazer uma programação individualizada para as Olimpíadas. "O problema é ter de ficar pedindo (para a CBDA). Por isso estamos longe de chegar a ser potência", critica.

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