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Dunga aposta no ataque para salvar emprego em Santiago

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postado em 07/09/2008 15:25
Santiago (Chile) - Apesar de aparentar tranqüilidade no cargo, a verdade é que Dunga sabe que um tropeço da seleção brasileira diante do Chile, neste domingo, às 22h (de Brasília), em jogo válido pela sétima rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2010, poderá decretar o fim de sua conturbada passagem como treinador da equipe pentacampeã mundial. Por isso, e para apagar a má impressão deixada nos Jogos Olímpicos de Pequim, quando caiu nas semifinais com uma derrota por 3 a 0 para a Argentina, o treinador irá colocar o Brasil no ataque para o duelo do estádio Nacional, com Robinho, Luis Fabiano e Ronaldinho Gaúcho formando o trio ofensivo. ;Gostei do comportamento do Robinho e do Luis Fabiano. Eles estão aproveitando bem a oportunidade;, elogiou o comandante, garantindo que não adotou tal formação por estar preocupado com os comentários de que sua equipe é defensiva demais. ;Todo mundo fala, mas tem que ver dentro de campo. Com a bola, o Brasil tem que jogar. Sem a bola, recompor rápido. Temos que achar esse equilíbrio;, pediu. ;Pelas características dos nossos jogadores, o time está com uma formação mais aguda, mas é necessário ter calma e paciência com a bola nos pés para criar as jogadas ofensivas;, completou Dunga, já revelando algumas das instruções passadas ao trio de atacantes da seleção. O técnico evitou comentar, no entanto, que a equipe brasileira entrará em campo com a ;obrigação; de vencer para salvar seu emprego. ;Lógico que a pressão na seleção é grande e a obrigação de vencer também, mas, quando vence, não se fez mais do que a obrigação;, filosofou, forçando um trocadilho. Na última vez em que a seleção atuou com os Robinho, Luis Fabiano e Ronaldinho juntos, obteve bom resultado: bateu a seleção uruguaia por 2 a 1, no Morumbi, em jogo disputado no dia 27 de novembro de 2007. ;Guardo boas recordações daquele jogo, mas no Chile será diferente. Espero ter um desempenho bom ao lado dos meus companheiros;, declarou Luis Fabiano, autor dos dois gols brasileiros na ocasião. Robinho e Ronaldinho Gaúcho também estão empolgados com a possibilidade de ver a seleção atuando de forma ofensiva mesmo na casa chilena. E prometem se empenhar na marcação para não deixar a equipe desguarnecida no campo de defesa diante de um adversário com jogadores perigosos, como Matias Fernandez, Suazo e Valdívia. ;Temos que ajudar o time quando não estivermos com a bola e, com ela, buscar o gol o tempo todo. Vamos ter a função de criar as jogadas de ataque e vou atuar com liberdade, mas mais pela esquerda, como fazia no Barcelona e estou fazendo no Milan;, testemunhou Gaúcho. ;O Luis Fabiano é um artilheiro nato e o Ronaldinho tem uma técnica incrível. Todo esquema tático é válido desde que haja comprometimento e todos ajudem na marcação para não sobrecarregar os jogadores que atuam mais atrás;, complementou Robinho. A opção por um trio ofensivo também dá esperanças aos brasileiros de acabar com um incômodo jejum: desde a vitória por 3 a 2 sobre o Canadá, em 31 de maio, a equipe principal não balança as redes dos adversários. Nas últimas três partidas, perdeu para Venezuela e Paraguai, ambas por 2 a 0, e empatou com a Argentina. Se passar novamente em branco, iguala marca negativa da década de 90, quando a equipe era dirigida por Falcão. Ronaldinho Gaúcho vê o retrospecto negativo como um incentivo extra para o confronto de domingo. ;É uma pressão (o jejum de gols), mas é motivante também;, argumentou. ;Sabemos que temos condições de voltar a fazer gols e também de buscar as vitórias, pois nossos jogadores têm muita qualidade;, completou o novo craque do Milan. Segundo maior artilheiro brasileiro na história dos duelos contra o Chile, com seis gols, atrás apenas de Pelé, que tem oito, Robinho compartilhou do otimismo do companheiro de ataque. E também projetou o fim do jejum neste domingo, na capital chilena. ;Me sinto em casa na seleção e espero atuar da melhor forma possível, meter gol e ajudar a equipe a vencer.; O escolhido para municiar o trio ofensivo foi Diego, do Werder Bremen, que venceu a disputa com Júlio Baptista. Na defesa, sem Juan, suspenso, quem ganha chance é Luisão, formando dupla com o capitão Lúcio. Kléber assume a lateral-esquerda em lugar de Gilberto, que não foi convocado. O volante Lucas, expulso em Pequim, ficará à disposição apenas diante da Bolívia, quarta-feira, no Rio de Janeiro. Sem medo A força ofensiva prometida por Dunga para o time brasileiro não assusta o técnico argentino Marcelo Bielsa e os jogadores do Chile. Com dez pontos na classificação, um a mais que o Brasil, os donos da casa terão um incentivo financeiro de US$ 350 mil para sair de campo com a vitória e mais próximos da Copa do Mundo da África do Sul. ;Nós não nos conformamos com o empate. Nós queremos terminar em primeiro nas Eliminatórias e, para isso, temos que ganhar do Brasil, da Colômbia e de todos os rivais;, avisou o ;Mago; Valdívia, que pode jogar improvisado como terceiro atacante ao lado de Alexis Sanchez e Suazo, em lugar de Beausejour. Também não está descartada a entrada de González ao lado de Sanchez e Suazo e o recuo de Valdívia para sua posição original, ficando Matias Fernandez apenas como opção no banco de reservas. Independentemente da formação que for adotar, Marcelo Bielsa, conhecido na Argentina como ;El Loco;, mostrou equilíbrio e preferiu não exagerar no otimismo ao analisar o encontro contra o Brasil. ;Ele nos disse para sermos prudentes nas declarações. Falou que podemos mostrar confiança entre nós, mas alertaram que não podemos esquecer que vamos jogar com a melhor seleção do mundo e que não somos a Alemanha;, comentou à agência Efe um jogador chileno, que pediu para não ser identificado. FICHA TÉCNICA: CHILE X BRASIL Local: Estádio Nacional, em Santiago (Chile) Data: 7 de setembro de 2008 (domingo) Horário: 22h (de Brasília) Árbitro: Carlos Torres (Paraguai) Assistentes: Manuel Bernal e Tiburcio Gauto, ambos do Paraguai CHILE: Bravo; Jara, Medel e Estrada; Vidal, Carlos Carmona, Matias Fernandez e Cereceda; Alexis Sanchez, Suazo e Beausejour (Valdívia) Técnico: Marcelo Bielsa BRASIL: Júlio César; Maicon, Lúcio, Luisão e Kléber; Gilberto Silva, Josué e Diego; Robinho, Luis Fabiano e Ronaldinho Gaúcho Técnico: Dunga

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