postado em 23/09/2008 17:51
Assim como a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), o nadador César Cielo e sua família estão dispostos a deixar para trás o estranhamento entre atleta e entidade ocorrido durante o Troféu José Finkel, em São Paulo, no início do mês. Durante o evento, o primeiro campeão olímpico brasileiro da natação desabafou, criticando a postura do presidente da CBDA, Coaracy Nunes, e afirmando que sua conquista na China tinha pouco a ver com a Confederação.Menos de 24 horas depois, contudo, o nadador acabou revendo suas declarações, chegando a dizer que estava errado em parte do que havia dito. Mas para sua mãe, Flávia, o atleta não mudou suas declarações. "Ele não falou e voltou atrás no Finkel", defende a professora de educação física. "O dinheiro pago pelos Correios é muito bom. O problema é que não se sabe como o dinheiro é destinado aos atletas", explica.
Para Flávia, a questão financeira é apenas uma parte da situação. "Algumas coisas ainda não foram solucionadas. Mas mais importante de tudo não é o dinheiro, mas o respeito da Confederação pelo atleta", diz.
Nos últimos dois anos, Cielo teve vários momentos de instabilidade em sua relação com o órgão máximo da modalidade no país. Entre eles, o corte de patrocínio determinado em 2006, após sua decisão de treinar nos Estados Unidos e a insistência da CBDA para que participasse de um evento no Brasil durante sua preparação olímpica.
Apesar disso, o atleta de Santa Bárbara D;Oeste disse que a entidade foi importante em seus primeiros anos no esporte. "A Confederação me ajudou no início da carreira". Mesmo com a revisão no discurso, Cielo acredita que poderia ser um bom porta-voz para a categoria em suas tentativas para melhorar as condições da prática esportiva no país.
O tom conciliador foi mantido também ao comentar sua opção pelo treinamento nos Estados Unidos. "Se ficasse aqui, meu resultado seria muito bom também", disse o nadador, que já lamentou a ausência de mais eventos com a participação da elite mundial no país.