Jornal Correio Braziliense

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Seleção chega cautelosa a Brasília para o Mundial de Futsal

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Sob o seco calor da primavera brasiliense (a temperatura na cidade atingiu os 30 graus), a seleção brasileira chegou nesta quinta-feira à capital federal, onde disputará os quatro jogos da primeira fase do Mundial de Futsal, usando a cautela como palavra de ordem. Favorito absoluto e badalado nos últimos dois Mundiais, quando acabou como vice, em 2000, e terceira colocada, em 2004, o Brasil sabe que carrega desta vez a desconfiança do torcedor. Não fosse por cartazes e bolas gigantes da Fifa colocados no saguão do Aeroporto de Brasília, nem se saberia que o torneio com as 20 melhores equipes do planeta se inicia na cidade - a outra sede é o Rio - a partir da próxima terça-feira. Depois de apenas empatar com o Egito por 2 a 2, no último amistoso de preparação para a competição, o time verde-amarelo prefere adotar a cautela e não promete o mesmo nível de atuação de jornadas anteriores - o Brasil ganhou cinco títulos mundiais: em 1982 e 1985, quando a competição era organizada pela extinta Fifusa, e em 1989, 1992 e 1996, eventos já com a promoção da Fifa. "A torcida brasileira está acostumada a ver a seleção dando espetáculo e goleando, e a realidade do futsal hoje em dia é outra. Há cinco ou seis seleções com chances de conseguir o título", reconheceu o técnico Paulo César de Oliveira, o PC. "Aquele jogo foi um treino, que serviu para nos mostrar alguns pontos que precisamos corrigir para o Mundial", completou, sobre o empate com os egípcios, na segunda-feira, em Uberlândia. Falcão, considerado pela Fifa o melhor jogador do mundo, ainda não tem no currículo o título mundial. "Estamos doidos para sermos campeões", afirmou nesta quinta-feira, no desembarque da seleção. O ala entende que a malfadada partida diante do Egito, apesar de ter abalado um pouco o grupo, pode ser válida como um aviso para o Mundial. "Sabemos que não somos imbatíveis", disse o jogador. "Claro que aquele jogo não foi em condições normais, havíamos treinado forte pela manhã e jogamos à noite, mas tiramos uma lição. Não se aprende nada aplicando goleadas de 8 a 0", concluiu, em referência ao primeiro amistoso contra os africanos, que teve este resultado. Junto com o goleiro Franklin, o fixo Schumacher e o ala Vinícius, Falcão integrava a equipe que perdeu para a Espanha na semifinal do Mundial de 2004. Vê no grupo atual características decisivas em comparação com aquele. "O elenco atual é ótimo, somos todos amigos", contou o ala. "Aquela equipe de era bem diferente desta." Na época, havia boatos de que o atual melhor jogador do mundo, e Manoel Tobias, antigo detentor da láurea, não se davam bem. Falcão não confirmou o desentendimento. Na primeira fase, o Brasil enfrenta Japão, Cuba, Rússia e Ilhas Salomão. Para obter uma das duas vagas na segunda etapa, a seleção de Falcão e companhia não deve ter maiores problemas. A incógnita é saber como jogam os russos, únicos adversários deste início de campeonato que não foram enfrentados durante a preparação. A final do campeonato será no dia 19 de outubro, no Rio.