postado em 02/10/2008 22:41
A eleição para a presidência do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) não surpreendeu ninguém. Candidato único, Carlos Arthur Nuzman foi reeleito por aclamação, nesta quinta-feira, em um hotel da Zona Sul do Rio de Janeiro, para comandar a entidade até o final de 2012. A falta de oposição a Nuzman se dá por conta de medo por parte das confederações brasileiras de receberem sanções financeiras do COB, que administra os recursos advindos da Lei Agnelo-Piva, além do dinheiro das empresas estatais. Além disso, a falta de organização prejudica uma oposição forte à atual chapa que comanda o comitê. Desde 1995 no poder do COB, ao cabo do novo mandato, Nuzman irá completar 17 anos à frente do comitê. Neste tempo, o presidente esteve no comando durante as Olimpíadas de Atlanta, em 1996, Sidney, em 2000, Atenas, em 2004 e Pequim, em 2008.
Nuzman se vangloria do fato de ter ;melhorado; o desempenho do Brasil em Jogos Olímpicos desde sua chegada ao poder. No entanto, a irregularidade do esporte olímpico brasileiro, ao menos no quadro de medalhas, foi a tônica destes 13 anos.
Nos jogos de 1996, o Brasil chegou à marca de 15 medalhas olímpicas, sendo 3 delas de ouro. Em Sidney, 2000, o desempenho caiu tanto no total de pódios quando nas vitórias ; o país conquistou 12 medalhas ao todo, e nenhuma delas foi dourada.
Em Atenas, 2004, o Brasil chegou ao recorde de medalhas de ouro ; cinco ;, mas o número total de pódios caiu para dez. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, o desempenho dos atletas brasileiros, em medalhas de ouro, foi inferior ao das Olimpíadas na Grécia, conquistando apenas três medalhas douradas, mas os atletas brasileiros chegaram entre os três melhores nas modalidades em que competiram por 15 vezes, como em Atlanta.
Além das participações olímpicas, a administração de Nuzman ficou marcada pela escolha do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Pan-americanos de 2007, que ficou marcado pelos gastos públicos que excederam a previsão inicial. Dos R$ 390 milhões que foram orçados a princípio, a cifra saltou para os R$ 3,3 bilhões gastos, de fato, o que gerou críticas e cobranças por parte do Tribunal de Contas da União, que determinou, no dia 24 de setembro, que o Ministério dos Esportes prestasse contas dos gastos envolvidos na organização do Pan em até 30 dias.