postado em 16/10/2008 09:39
Pedalar, correr, remar e velejar por 520 quilômetros, tudo com mapa e bússola na mão. Esse será o desafio de 60 quartetos inscritos no Campeonato Mundial de Corrida de Aventura/Ecomotion 2008, que passará pelos estados do Ceará, Maranhão e Piauí. Nesta temporada faz 10 anos que a primeira prova desse tipo foi realizada no Brasil e pela primeira vez o país sediará o Mundial.
As principais equipes estrangeiras e nacionais estão confirmadas na competição, entre elas o Oskalunga Sundown, do Distrito Federal, terceira colocada geral nas edições de 2003 e 2005 e sétima na prova de 2007, sendo a brasileira mais bem colocada naqueles anos. Formada por Guilherme Pahl, Frederico Gall, Bárbara Bonfim e Camila Nicolau, o time quer ao menos repetir a dose, mas admite que sonha com a vitória.
Neste ano, a equipe terá dois homens e duas mulheres (de acordo com o regulamento é obrigatório apenas uma mulher no quarteto), na expectativa de maior harmonização. O Oskalunga iniciou uma preparação específica há 16 semanas, tendo como base o Clube Naval de Brasília, onde treina canoagem com o aprimoramento técnico da Escola Canuí.
;Na verdade, iniciamos o treino desde a disputa do Multisport ; prova de aventura realizada em Brasília, dia 5 de julho ; e, a partir dali, fomos aumentando os treinamentos para ganhar resistência. As atividades culminaram com seis horas de corrida, nove de canoagem e 10 de ciclismo;, disse Guilherme Pahl, 27 anos.
Segundo ele, o treino muitas vezes foi direcionado para as condições mais próximas da competição: ;Chegamos a carregar bastante água para nos acostumar com o peso que vamos levar. Na prova, cada um do grupo deverá levar 9kg na mochila. Além disso, também treinamos uma situação de desidratação para reconhecer o desconforto, o baixo rendimento e suportar essas situações;.
Para Guilherme, os principais adversários do Oskalunga devem ser a SOS Mata Atlântica, a Quasar Lontra, a Selva e a Herói da Resistência, todas de São Paulo, além dos times norte-americanos, espanhóis, franceses e neozelandeses.
Na opinião de Bárbara Bonfim, 26 anos, capitã da equipe, um dos desafios é vencer o sono. Segundo ela, normalmente são quatro horas por dia de sono durante a competição. Ela lembrou, porém, que a maturidade conquistada pelos atletas, juntos há nove anos, ajuda a concentrar melhor as energias.
Alexandre Carrijo, 34 anos, da equipe de apoio ao lado do mecânico de bicicleta Francisco Ângelo, o Chicão, e do nutricionista Fernando Carvalho, destacou a importância da parte de logística. Ele garantiu que está tudo planejado para a viagem no dia 29: alimentação, vestuário, hidratação, equipamentos de acampamento, peças de reposição, canoas e bicicletas.
;Times que não planejam bem os equipamentos a serem usados na prova podem padecer no calor e na areia. É preciso escolher certo desde o tipo de pneu para a bicicleta até a cor da roupa. A maioria das desistências das corridas de aventura são por desidratação;, garantiu.
Carrijo acredita que o clima árido no Nordeste poderá proporcionar certa vantagem para os brasileiros. ;Principalmente a gente, que treina em Brasília, na seca e na altitude.;