Superesportes

Durante o primeiro treino na Ascoop, Rebeca Gusmão apresenta fraco desempenho

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postado em 28/10/2008 09:15
Rebeca Gusmão fez nesta segunda-feira, no Mané Garrincha, seu primeiro treino com a equipe de futebol feminino da Ascoop, que disputará a Liga Nacional, em dezembro. Antes, a nadadora só havia tido contato com as outras jogadoras em sua apresentação, na última quinta-feira, como mostrou com exclusividade a reportagem do Correio. A atleta se diz empolgada com a nova experiência. Conta que o pai foi jogador de futebol e a irmã mais nova também bate bola. ;Ela é muito boa;, garante Rebeca. Já habituada a ser o centro das atenções, a atleta vê isso como algo positivo. ;Assim tem mais divulgação para o futebol feminino, que foi o destaque de superação nas Olimpíadas;, avalia. ;Hoje são as mulheres que jogam o futebol-arte, sem querer desmerecer o masculino.; Ela justifica que para a Seleção Brasileira, hoje comandada por Dunga, os resultados são mais sofridos porque ;é difícil treinar uma constelação;. Na Ascoop, no entanto, há somente uma estrela: a própria Rebeca. A brasiliense, no entanto, rejeita esse rótulo. ;O pessoal confunde muito o que eu conquistei na natação com o futebol. Em termos de futebol, eu sou a mais inexperiente aqui;, afirma. Mesmo sem conhecer ainda as companheiras, ela diz que foi bem recebida. ;A diferença do esporte individual para o coletivo é que não depende só de você e do técnico. Se o time não lhe recepciona bem, você não consegue alcançar seu objetivo, que é o gol.; Toda a equipe técnica e até mesmo as outras jogadoras repetem o discurso da nadadora. ;Fizemos tudo que pudemos para recebê-la bem;, garantem as companheiras de time. Mas no treino, a bola foi passada para a nova atacante raríssimas vezes. Rebeca também teve dificuldade para se movimentar. ;Ela ainda está se recuperando da fratura na tíbia;, explica o preparador físico Pablo Rizza. A nadadora confirma que ainda sente um pouco de dor. Além disso, Rebeca está acima do peso. ;Em 20 dias, ela vai estar pesando 80kg;, garante Pablo. Quando parou de nadar, a brasiliense pesava 83kg, hoje está com 97kg. ;É mais fácil recuperar um atleta de alto rendimento do que uma pessoa sedentária;, justifica. As meninas da Ascoop passaram um mês sem ver bola. Os treinos táticos foram antecipados também para facilitar a adaptação de Rebeca. ;Agora começa uma nova fase do treinamento;, explica o preparador físico. Mesmo com o rendimento comprometido da nova atacante, a comissão técnica ficou animada com o que viu. ;Ela veio para surpreender, vai ser o nosso Adriano. Tem presença de área;, garante Pablo. ;Rebeca vai atrair a marcação;, completa a técnica Mara, que garante não haver ciúmes na equipe. A nadadora não era a única cansada em campo. Várias colegas dela caíram durante o treinamento, sentindo dor. Isso porque a equipe da Ascoop acabou de retornar de Goiânia, onde disputou duas partidas amistosas contra o Aliança. O time candango perdeu por 4 x 1 no adulto e por 3 x 1 no sub-17. O objetivo do encontro era acertar os detalhes da parceria das duas equipes para a Copa do Brasil, marcada para começar no sábado. Mas, ao contrário do que estava previsto, a participação de jogadoras da Ascoop será pequena: apenas três devem defender a equipe goiana. Resposta Banida do esporte por decisão do Painel de Doping da Federação Internacional de Natação (Fina) ; decisão contra a qual entrou com recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS) ;, Rebeca rebateu declaração do médico Eduardo De Rose de que ela não poderia jogar futebol por conta da punição que sofreu. ;Quem me baniu foi a Fina e não ele (De Rose). Quem vai decidir meu futuro será o CAS, não ele. Se dependesse dele, eu já estava banida desde que entrei no esporte.; Mesmo se o CAS confirmar o banimento, Rebeca poderá jogar a Liga Nacional, pois o futebol feminino no Brasil ainda é um esporte amador. O recurso da brasiliense deve ser julgado na primeira semana de dezembro. Ela mantém a esperança: ;No final, acho que vou poder nadar e jogar futebol sem problemas. E quem me julgou, me condenou, vai pagar por isso;, desabafa.

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