postado em 26/12/2008 12:21
Britânico que mais pontuou na história da Fórmula 1, com 535 pontos somados em 1.247 corridas disputadas, David Coulthard só está deixando a categoria com uma frustração: não ter sido campeão mundial. Confessando que ;ninguém se lembra dos medalhistas de prata;, grupo no qual ele mesmo se encaixa, o veterano admite que teve a melhor chance da carreira quando foi piloto da McLaren ; na época, porém, ele tinha de lidar com a preferência de Ron Dennis por Mika Hakkinen.
Embora tenha garantido em entrevista publicada pelo diário Olé nesta sexta-feira de que saiu da Fórmula 1 satisfeito com sua carreira, que acumulou 13 vitórias e um vice-campeonato em 2001, Coulthard também não deixa de sentir que poderia ter dado um passo adiante.
"Penso que poucos recordam os que ficaram em segundo, seja nos Jogos Olímpicos ou no que for. Portanto, acho difícil que se lembrem de mim daqui a dez anos. Sempre tratei de competir dentro das regras. Outros podem ganhar fora delas, mas gosto de imaginar que me considerarão um bom esportistas", disse o homem nascido em Twynholm, na Escócia.
Coulthard ainda assegura que estava no nível apresentado por Mika Hakkinen e Michael Schumacher quando pilotava para a McLaren, mas descarta a possibilidade de não ter sido campeão por falta de sorte. "Isso dependo da aplicação e do desenvolvimento e de seu talento. Sei que, quando tudo estava bem, podia ser tão bom como Schumacher ou rápido como Hakkinen. E terminava no pódio com eles. Fiz o melhor trabalho possível, talvez me tenha faltado consistência".
Além de regularidade, o britânico ainda apontou outro motivo que pode ter prejudicado sua carreira: a preferência de Ron Dennis pelo finlandês. "Quando Mika sofreu um acidente na Austrália em 1995 e ficou de coma, creio que sua relação com Dennis ficou muito próxima. Durante alguns anos Ron não aceitava isso, mas depois admitiu. E está tudo bem, pois isso não desmerece o que fez Hakkinen: foi um grande piloto que ganhou dois títulos e eu, nenhum".
Questionado sobre a sensação de ter feito as vezes de escudeiro do bicampeão mundial, o que aconteceu, por exemplo, no Grande Prêmio da Austrália de 1998, Coulthard argumentou que era obediente "esperando obter benefícios dessa atitude". "Ninguém gosta de correr e dar a vitória a outro piloto, porém eu seguia as instruções da equipe, que me pediu para fazer isso", concluiu.