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Joaquim Cruz ainda tem esperança de construir pista de atletismo em Taguatinga

Joaquim Cruz fala sobre a expectativa de uma pista de atletismo em Taguatinga e mostra satisfação por ter votado em Barack Obama para presidente dos Estados Unidos

postado em 28/12/2008 17:50
A psicóloga Kátio Rubio e o medalha de ouro Joaquim Cruz autografam o livroAlguém disse certa vez que um homem, para ser realizado na vida, deve cumprir três missões, não necessariamente em uma ordem determinada: ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. De certa forma, o brasiliense Joaquim Cruz, 45 anos, casado com a norte-americana Mary e pai de Kevin, 15 anos, e Paulo, 11, está perto de concluir as tarefas. Afinal, melhor do que escrever um livro é ser fonte inspiradora de um. Na semana passada, em solenidade na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, o ex-corredor, hoje técnico de atletismo em San Diego, Estados Unidos, onde vive, participou do lançamento do livro Joaquim Cruz ; estratégias de preparação psicológica: da prática à teoria. A obra, da psicóloga Kátia Rubio, mostra como o brasiliense se preparou física e mentalmente para trilhar a vitoriosa carreira no atletismo. Mas não apenas nas pistas, como corredor, Joaquim Cruz é bem-sucedido. Na função de técnico, ele ajudou a equipe paraolímpica norte-americana a sair do quinto lugar em Atenas (2004) para o terceiro em Pequim. Com isso, cumpriu a meta projetada pelas autoridades do esporte daquele país. Em 1984, nas Olimpíadas de Los Angeles, Joaquim Cruz conquistou a medalha de ouro nos 800m. Quatro anos depois, em Seul, ficou com a de prata. A façanha em Los Angeles marcou o primeiro ouro olímpico do Brasil ; até hoje, o único em provas de pista. Mais do que isso, o brasiliense segue como o último competidor masculino do país a subir no lugar mais alto do pódio em competições olímpicas de atletismo. Talvez por isso, ele tenha ficado tão satisfeito quando, em agosto, Maurren Maggi brilhou em Pequim e conquistou a medalha de ouro no salto em distância. ;Pelo menos, não levou 28 anos, como aconteceu entre a medalha de Adhemar Ferreira da Silva (bicampeão olímpico do salto triplo, em Helsinque, no Jogos de 1952, e em Melbourne, em 1956) e a minha. Entre a minha e a dela foram só 24 anos;, destacou, irônico. ;Fiquei feliz não só pela Maurren, mas pelo técnico Nélio de Moura, que é meu amigo, e pela Tânia (mulher de Nélio). Eles merecem porque trabalharam muito duro.; Promessa Antes de retornar aos Estados Unidos, Joaquim Cruz renovou a fé na realização de um antigo sonho, a construção de uma pista de atletismo em Taguatinga, cidade onde nasceu e começou a treinar. Durante 12 anos, ele ouviu a promessa de que a pista seria construída. Agora, acredita que o governador José Roberto Arruda levará o projeto adiante. ;Acredito e espero que isso possa acontecer o mais rápido possível. Sei que ele tem outras prioridades. Mas acho que dessa vez a pista sai do papel.; O campeão de Los Angeles, entretanto, é pessimista ao comentar os casos de doping, cada vez mais freqüentes no atletismo. ;Quando eu corria, via muito doping nas provas de campo (arremesso) e de velocidade. Hoje, o doping está em todo lugar, por conta das drogas sintéticas. Em qualquer prova, um atleta pode conseguir uma ajuda ilegal;, lamentou. Obamamania Dono de dupla cidadania, Joaquim Cruz viveu este ano uma experiência inédita. Afinal, até se tornar campeão olímpico, ele teve de abrir mão de muitas coisas na vida. Uma delas foi o direito de exercer a cidadania. Votar, coisa corriqueira entre os brasileiros na história recente, tornou-se possível para ele apenas em 2008. ;Foi a primeira vez que votei em toda a minha vida;, revelou. Feliz por enfim exercitar seus direitos, Joaquim Cruz olha para o futuro no país que adotou como seu segundo lar e acredita em anos melhores. ;O Obama chega para levantar o moral dos americanos. Ele tem a inteligência de um Kennedy, de um Clinton, com o carisma do Reagan. Ele junta tudo isso. E os americanos precisavam de um líder assim;, opinou. ;Mas ainda vai levar alguns anos para que ele possa tampar os buracos que o último presidente deixou. Ele precisará de mais de um mandato para isso.;
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