postado em 18/01/2009 09:40
O ainda emergente futebol do Distrito Federal comemora a 50ª edição do campeonato candango antes mesmo da celebração do cinquentenário da cidade, inaugurada em 1960. A contagem considera as competições disputadas antes de 1976, ano em que o torneio se consolidou como profissional. Apesar de ter sido fundada em 1959 e organizar as disputas desde o ano seguinte, a Federação Brasiliense de Futebol só reconhece os certames jogados a partir do fim definitivo do amadorismo ; para a entidade, esta será a 34ª edição.
A luta pelo troféu começa hoje, com oito participantes e quatro partidas. Empenhado em se tornar o primeiro time a erguer a taça seis vezes consecutivas, o favorito Brasiliense recebe o Luziânia, que está de volta à elite local, no Serejão. Recordista de conquistas, com 10 campeonatos no currículo, mas em jejum desde 2003, o Gama tenta quebrar a hegemonia do rival. O alviverde encara o Brazlândia, no renovado Bezerrão, que deverá receber, de longe, o maior público da rodada. Nos outros jogos, o Ceilândia enfrenta o Legião, no Abadião, e o Dom Pedro desafia o também recém-promovido Brasília. Todos os confrontos começam às 16h.
De todos os campeões da história, apenas três estão na elite: Brasiliense, Gama e o ex-bicho-papão Brasília, com oito títulos. E cada um deles entra no campeonato com muita fé em seu camisa 10. O Jacaré aposta as fichas na experiência de Iranildo, 32 anos, que participou das edições de 2001, 2005, 2006 e 2008 ; só não venceu o primeiro. O alviverde confia no talento do recém-chegado Eduardo, 29, ex-Atlético-MG, estreante no torneio. O tradicional time do Plano Piloto apresenta Mário Zan, 30, que já perdeu as contas de quantos campeonatos locais disputou (calcula ter jogado sete ou oito). Ele começou a carreira no Gama ; foi campeão de 1999 a 2001 ; e já defendeu Bandeirante e Esportivo.
O trio alimenta expectativas diferentes em relação ao torneio. Para Iranildo, a obrigação de ganhar é do Brasiliense. ;Por enquanto, não tem adversário à altura, para ser sincero. Mas não é tão fácil. Os outros times estão crescendo.; Ainda processando informações sobre o futebol local, Eduardo acredita no título e confia na força do time no Bezerrão, após os dois anos de exílio no Mané Garrincha, por consequência da reforma do estádio da cidade-satélite. ;Há muito tempo, o Gama não chega ao troféu. Isso contribui para o sumiço do torcedor. O pensamento é brigar pelo título;, diz Eduardo. Mário Zan, fora da primeira rodada por conta de problemas na documentação, é mais modesto. ;Queremos colocar o Brasília entre os quatro primeiros.;
Depois de dois anos com o sistema de pontos corridos, a fórmula de disputa mudou. Em 2009, a competição voltará a ter uma final, o que não acontece desde 2003. A briga será dividida em três fases. Na primeira, os oito times lutam em turno e returno por quatro vagas. A segunda será um quadrangular, também em ida e volta. Os dois melhores fazem a final, em dois jogos. Curiosamente, a vantagem do empate e de decidir em casa será definida pela melhor campanha apenas na etapa inicial, o que abre chance para um time de melhor campanha no total entrar atrás na decisão. Os dois finalistas ainda vão se enfrentar seis vezes durante os três meses e meio de maratona. Os dois piores serão rebaixados.
Brasiliense
A grande dúvida do Jacaré é se o ataque aguentará os 90 minutos de partida contra o Luziânia. Por conta de contusão, má forma ou saída de alguns jogadores, o técnico Reinaldo Gueldini foi obrigado a escalar Wellington Dias e o meia Iranildo. Os dois não estão 100%, mas têm mais fôlego que atletas como Fábio Júnior, que não joga há seis meses. ;Vamos tentar impor nosso jogo, mas os outros times estarão melhor que a gente, pois começaram a treinar antes;, acredita o meia Adrianinho. Já o Luziânia assume o papel de franco-atirador. ;Vamos jogar para ver no que dá;, afirma o técnico Luca Baggio.