postado em 03/02/2009 17:12
Se o clima durante o anúncio da criação do Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos (CONFAO) era de profundas críticas ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o Governo Federal não teve o mesmo tratamento. Pelo contrário: ainda que o Ministro do Esporte, Orlando Silva, não tenha comparecido - ele alegou um compromisso sobre a candidatura Rio-2016 com Lula -, o representante da pasta, Alcino Rocha voltará para Brasília levando uma série de elogios.
"Nos 46 anos que eu tenho de esporte, nenhum governo foi tão generoso conosco quanto o governo Lula", derreteu-se Márcio Braga, presidente do Flamengo. Apesar de dizer que o rubro-negro "nunca viveu uma fase de dificuldades tão grande quanto agora", o dirigente prefere culpar a gestão dos recursos por parte do COB. "Nunca vi tanto dinheiro para o esporte, mas precisamos rever essa política de recursos públicos", alega.
Responsável pelo Minas Tênis Clube e presidente do CONFAO, Sergio Zech Coelho fez questão de ressaltar que as opiniões dos clubes sobre as duas maiores responsáveis pelo esporte verde-amarelo são bem diferentes. "O Ministério do Esporte não tem o mesmo posicionamento do COB, que nos despreza. Nosso bom relacionamento já vem de longa data, não só deste governo", garante.
Devidamente afagado, Alcino Rocha também fez sua parte e disse ter interrompido suas férias para estar ao lado daqueles que define como principal patrimônio esportivo do Brasil. E assegurou: com o apoio do Governo Federal, a reivindicação do CONFAO em receber verbas da Lei Piva será colocada em pauta. "Manifesto aqui a minha mensagem de apoio e reconhecimento aos clubes", destacou.
"São reivindicações justas e legítimas, dadas as histórias destes clubes e, principalmente, dos resultados que eles obtêm. Agora vamos discutir tudo no âmbito do governo federal", prometeu. Ele lembrou que o Ministério do Esporte não administra os recursos da Lei Piva - por decreto, estas verbas vão direto para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB).
"Dentro desta análise, vamos saber como podemos atender ao Conselho dos Clubes. Na prática, o presidente Lula pode assinar amanhã um novo decreto para que eles recebam recursos da Lei Piva. Só depende do executivo", explicou. Porém, sendo um dos principais parceiros do COB, o Ministério sabe que terá que fazer "malabarismos" para atender a tantos interesses conflitantes. "Será preciso achar um ponto de equilíbrio em vários aspectos, como o econômico, o político...", admitiu Rocha.