postado em 06/02/2009 12:40
A ausência de Rogério Ceni em três rodadas do Campeonato Paulista parece não tirar o sono do técnico Muricy Ramalho. Apesar de reconhecer que o Tricolor perde em vários aspectos quando não tem o goleiro em campo, o treinador explicou que o principal é pensar na recuperação do atleta para a estreia da Copa Libertadores da América.
"Ele é importante por ser capitão, líder, bater falta e pênalti, além de sair como líbero com a bola. Sem ele, o São Paulo perde muito em todas essas características. Mas o importante é que se recupere para dia 18", afirmou o treinador.
O Tricolor disputará sua primeira partida no torneio continental no dia 18, contra o Independiente Medellín, no Morumbi. Antes disso, o time de Muricy Ramalho terá três compromissos no Paulistão (Botafogo, Ponte Preta e Corinthians).
Ninguém no São Paulo quer arriscar novamente o retorno antecipado do capitão, que voltou a sentir no domingo uma contusão muscular na coxa direita. Assim, o goleiro desfalcará o time nos dois jogos contra equipes do interior e também no clássico. Segundo o médico do clube, José Sanchez, a previsão inicial é de que o goleiro esteja de volta em duas semanas, que seria o tempo exato para atuar na Libertadores.
"De forma alguma estou fazendo previsão em cima do jogo com o Independiente, mas sim por causa do prazo. Esperamos que ele esteja sem dor em quatro ou cinco dias. Isso vai permitir que ele fortaleça a região e faça um trabalho de fisioterapia. Por isso, o prazo é de 14 ou 15 dias. Pode ser que volte uns dias a menos ou a mais", comentou.
Um problema na mesma coxa já havia deixado o capitão fora do compromisso diante do Guarani, pelo Estadual. Na época, o arqueiro se esforçou para voltar aos gramados no compromisso diante do Santo André, mas sentiu novamente a contusão contra o Bragantino.
Apesar de o próprio goleiro ter admitido que errou ao voltar aos jogos depois de apenas uma semana de tratamento, Muricy Ramalho reiterou que não considera o atleta culpado pelo problema muscular.
"Ele é assim mesmo. Sentiu que dava para ir para o jogo e quer jogar sempre. Ninguém aqui vai culpar ninguém, essas coisas acontecem. Ele pediu desculpas, mas não precisava porque tem de saber quantas vezes salvou a gente e fez gol. O crédito dele é muito alto", afirmou.
O treinador, por sinal, também eximiu de responsabilidade o médico do clube, José Sanchez. "Quando vai ao médico, ele pergunta para você se está doendo e é você quem diz. Ele (médico) perguntou para o Rogério se estava bem. Se ele diz que sim, vai para o jogo. O paciente é quem decide, e o Rogério tem experiência para responder. Mas esta contusão pode enganar mesmo", explicou.
Já o médico garante que não havia motivos para vetar o retorno de Ceni contra o Santo André. "Ele ficou em tratamento por sete dias e foi treinar antes do jogo contra o Santo André. Fez 20 reposições de bola com a perna direita no sábado, véspera da partida, e não sentiu. Qualquer atleta estaria liberado para o jogo. Qual motivo para não liberá-lo?", afirmou.