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Cuca e elenco voltam a ter desafetos, exatamente como em 2005

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postado em 25/02/2009 08:50
Salários atrasados e problemas disciplinares se tornaram traço marcante do Flamengo de 2009. Obstáculos suficientes para qualquer treinador impor seu comando. Mas a atual passagem de Cuca pela Gávea parece repetir o roteiro de 2005. A indisposição com alguns jogadores ; Jônatas, por exemplo ;, a expressão depressiva após derrotas e a dificuldade para criar um ambiente de confiança remetem à última passagem do treinador pelo clube. Há quatro anos, Cuca saiu do Flamengo após um jogo em Campo Grande, contra o Ceará, pela Copa do Brasil. Agora, em nova instabilidade, ele voltará pelo clube à capital de Mato Grosso do Sul, na quarta-feira, para enfrentar o Ivinhema, no mesmo torneio. Ontem, o preparador físico Riva Carli teve longa conversa no centro do campo com o elenco. Tentava aparar arestas um dia após problemas com Juan e Jônatas, que questionaram métodos de trabalho. Curiosamente, Cuca se manteve distante quase todo o tempo. Perto de uma das bandeirinhas de córner, conversava com o diretor-executivo Eduardo Manhães. Riva, que chegou ao clube junto com Cuca, em janeiro, ainda não foi bem aceito pelo elenco. ;O Riva explicou que é um mal necessário o trabalho físico. Não que o grupo esteja mal, mas é um momento em que há folga no calendário;, disse o meia Zé Roberto. Juan, que recentemente se recuperou de lesão, deu sua versão. ;Já me desculpei. Errei e não deveria ter falado daquela forma. Às vezes falam que jogador de futebol é preguiçoso, mas não é isso;, defendeu-se. ;Questionei o trabalho por ter jogado 90 minutos dois dias antes. E nem era programado que jogasse o tempo todo;, emendou o lateral, multado em 10% do salário, valor a ser doado a instituições de caridade. Visivelmente abatido, Cuca acompanhou os testes físicos feitos pelos jogadores. Depois, procurou o goleiro Bruno para nova conversa particular, tentando mobilizar o elenco. Em conversas informais com jornalistas na Gávea, o treinador tem feito duras críticas à qualidade e às atitudes dos jogadores. Um discurso que tem reflexo no ânimo de um time já desgastado pelos problemas salariais. Ontem, os jogadores tentavam mostrar que a atenção já está no segundo turno do estadual. ;Não tem nada acabado e afobação não levaria a lugar algum. É normal que se tenha um pouco de nervosismo após uma derrota;, afirmou Zé Roberto. ;A turbulência é normal. Há poucos dias, o Flamengo era o melhor time. Agora temos que jogar no limite. A Taça Rio é a última chance;, completou Juan.

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