postado em 26/02/2009 00:11
O Cruzeiro saiu na frente, mas foi pressionado no fim e ficou no empate de 1 x 1 com o Deportivo Quito, fora de casa, na Copa Libertadores da América. Foi uma partida tensa, violenta, que exigiu superação dos jogadores, até porque houveram três expulsões, duas para o time brasileiro e uma para o equatoriano.
Agora, a Raposa lidera o Grupo 5 com quatro pontos. O Deportivo Quito fica com dois. As duas equipes só saberão suas reais posições nesta quinta-feira, assim que terminar a partida entre Estudiantes de La Plata e Universitario de Sucre, que será na Argentina.
O Cruzeiro volta a campo no domingo, contra o Ituiutaba, pelo Campeonato Mineiro, mas deve voltar a poupar titulares no estadual, pois o foco continua na Libertadores, na outra quarta, a Raposa enfrenta o Universitario de Sucre, na Bolívia. Já o Deportivo Quito se concentra no Campeonato Equatoriano, já que tem o clássico contra a LDU, no sábado. A próxima partida internacional será só no dia 10 de março, contra o Estudiantes, novamente em casa.
Preocupados com os efeitos da altitude de 2.850 metros da capital equatoriana, os jogadores celestes entraram em campo com uma postura cautelosa. No começo da partida, o time da casa era mais presente no ataque, mas, aos poucos, o Cruzeiro foi crescendo, ganhando espaços antes mesmo que se configurasse uma pressão do Deportivo Quito.
A Raposa ameaçava seu adversário atacando pelas pontas, sendo Wellington Paulista e Ramires os principais alvos destas jogadas. A defesa equatoriana tinha problemas para afastar o perigo. Numa bola mal cortada, Wagner bateu forte, mas o chute encobriu o gol de Bonard García.
Foi exatamente no jogo aéreo que o Cruzeiro achou seu primeiro gol. Contudo, não foi numa jogada trabalhada, e sim num lance de bola parada. Wagner cobrou falta próxima à linha de fundo para dentro da área. Bem posicionado, Ramires subiu e cabeceou no canto, abrindo o placar aos 38 minutos do primeiro tempo.
Ainda na etapa inicial, o time mineiro sofreu uma baixa. Wellington Paulista não entendeu bem o que é espírito de Libertadores e, em vez de mostrar garra, exagerou na catimba. Tentando arrumar brigas com os defensores adversários, ele esgotou a paciência do árbitro peruano Georges Buckley, recebeu dois cartões amarelos e deixou sua equipe com dez em campo.
O Deportivo Quito voltou para o segundo tempo planejando pressionar, aproveitando-se da superioridade numérica. Vieram a campo os meias Oswaldo Minda e Luis Fernando Saritama, adicionando ofensividade e qualidade técnica. Os dois são teoricamente titulares, mas estavam em más condições físicas devido à falta de treinos nas últimas semanas, consequência de uma greve em resposta ao atraso nos pagamentos no clube equatoriano.
Contudo, o zagueiro Luis Checa não ajudou no planejamento do técnico Rubén Dario Insúa. Com uma voadora em Thiago Ribeiro, ele foi expulso, trazendo de volta a igualdade numérica. Era uma evidência de que a partida estava ficando cada vez mais tensa e violenta dentro das quatro linhas.
Com isto, a pancadaria foi se sobressaindo sobre o futebol. Wagner acertou em Edwin Tenorio um carrinho passível de expulsão, mas não foi nem advertido. Pouco depois, Fabrício recebeu seu cartão amarelo e deixou o Cruzeiro com nove em campo. Por isto, Henrique substituiu Wagner e Elicarlos entrou no lugar de Thiago Ribeiro, o que deixou a equipe sem ataque até que Soares veio a campo, na vaga de Ramires.
A torcida, que estava apreensiva no começo da segunda etapa, voltou a se empolgar. O cenário estava pronto para que a pressão começasse, e bastaria ao Deportivo Quito calma e inteligência para chegar ao gol de empate.
Os defensores cruzeirenses cumpriam bem o papel que lhes cabia, dificultando as ações do time da casa. Mesmo em melhores condições físicas, os equatorianos tinham problemas para se desvencilharem da marcação. Com isto, a estratégia era de desespero, com muito jogo aéreo e chutes de fora da área.
Acabou dando certo. Já nos acréscimos, Mauricio Donoso fez jogada pela esquerda e cruzou para dentro da pequena área e o zagueiro Geovanny Caicedo, que tinha se lançado ao ataque, empatou de cabeça.