postado em 04/03/2009 23:01
A Portuguesa deu o primeiro vexame na temporada 2009: em casa, foi eliminada da Copa do Brasil nesta quarta-feira logo na primeira rodada da competição. Apesar de jogar por um empate sem gols no Canindé para se classificar, a Lusa foi batida nos pênaltis por 4 x 3 pelo Icasa, do Ceará, depois de um empate no tempo normal por 1 x 1.O resultado em casa soa como um castigo para a Lusa: embora tenha apresentado muito mais disposição ofensiva durante toda a partida, pecou por desperdiçar inúmeras chances claras de gol - sobretudo no primeiro tempo, com o atacante Fabrício Carvalho.
Melhor para o Verdão do Cariri, que surpreendeu aos 2 minutos do segundo tempo com um gol de Moré aproveitando o contra-ataque e selou a classificação para encarar Confiança, do Sergipe, ou América-RN. O zagueiro Bruno Rodrigo empatou para a Lusa aos 37 da etapa final, mas o time visitante foi mais eficiente nas cobranças de penalidade.
Leozinho, Esquerdinha, Thiago e Vilmar converteram os tiros para o Icasa, enquanto Moré perdeu o último pênalti. Já a Lusa viu Alex Bruno e Erick serem parados pelo goleiro Ari, enquanto apenas Athirson, Marco Antônio e Fernando marcaram.
A derrota torna o clima no Canindé ainda mais turbulento do que já estava. Depois do tropeço da Lusa para o Barueri por 2 x 1 no domingo, o técnico Mário Sérgio afastou os meio-campistas Fellype Gabriel e Preto por diferenças profissionais e a medida irritou a torcida: nesta quarta, o treinador da Lusa foi xingado durante a partida por uma parte dos fãs antes mesmo de o Icasa abrir o placar.
Agora, resta o Campeonato Paulista à Portuguesa neste primeiro semestre da temporada. Quinta colocada na competição, a Lusa volta a campo já no domingo para receber a Ponte Preta novamente no Canindé, às 18h30 (de Brasília). Os rubro-verdes possuem 18 pontos na tabela, dois a menos do que o Santos, quarto da tabela.
Já o Icasa, que fez seu primeiro jogo em São Paulo na história, volta-se temporariamente para o Campeonato Cearense: no domingo, retorna ao Estádio Romeirão para encarar o vice-líder Guarany. O Verdão do Cariri ocupa a terceira posição do segundo turno da competição.
O jogo
Em um Canindé esvaziado, a Portuguesa teve amplo domínio da partida desde o apito inicial do árbitro João Batista de Arruda. As principais jogadas de perigo do Icasa eram originadas por falhas de marcação do time da casa.
A primeira ocasião de gol foi da Lusa: aos 8 minutos, o volante Erick se arriscou no ataque e deu um belo passe para Athirson dentro da área, mas o experiente lateral-esquerdo tocou por cima do gol cearense. Em seguida, aos 11, foi a vez de o centroavante Fabrício Carvalho perder uma chance ainda mais clara: após cobrança de escanteio bate e rebate na pequena área, o atacante luso chutou mal e a bola subiu.
A Portuguesa seguiu insistindo jogadas pelas laterais e Fabrício Carvalho desperdiçou outras duas bolas na pequena área. A primeira, aos 29 minutos após escanteio da direita, chutando em cima do goleiro Ari. Depois, aos 33, ele recebeu cruzamento do zagueiro Alex Bruno e cabeceando por cima.
Mas os visitantes calaram temporariamente o Canindé aos 41 minutos: a defesa da Lusa falhou e Moré, cara a cara, com Fábio, mandou para as redes. O árbitro Batista de Arruda, entretanto, não validou o gol alegando impedimento do atacante verde. Os paulistas responderam aos 45 minutos: Christian cabeceou firme da marca do pênalti e Ari se esticou todo para espalmar a bola - e ainda contou com o auxílio da trave, que não permitiu o gol.
Água gelada
No intervalo, Mário Sérgio sacou o pouco produtivo Fabrício Carvalho e colocou no jogo o volante Fernando. Apesar da alteração para fechar o meio, quem voltou melhor para o segundo tempo foi o Icasa.
O meia Marco Antônio perdeu a bola no campo de ataque e permitiu o contra-ataque dos cearenses. Leozinho disparou pela direita e rolou na área para Moré, que, livre, desviou de pé direito e abriu o placar em São Paulo.
O Icasa aproveitou o desespero dos donos da casa e ainda teve boas chances de contra-ataque com os atacantes Leozinho e Moré. Para acertar os erros do meio-de-campo, Mário Sérgio optou por alterar o ataque: sacou o experiente Christian e colocou em campo Rogério. E recebeu vaias da torcida.
Nos minutos seguintes o que se viu foi uma pressão total da Portuguesa, embora o time da casa conseguisse apenas assustar mesmo em jogadas de bola parada. A melhor dela aconteceu aos 16 minutos, quando Marco Antônio levantou a bola na área e Rogério cabeceou à queima-roupa do goleiro Ari, que defendeu no reflexo. No rebote, a bola sobrou nos pés de Alex Bruno, que chutou rasteiro, cruzado e para fora.
O desespero luso aumentou no terço final do segundo tempo e o Icasa quase empatou. Em jogadas contra-ataques, o Verdão do Cariri levou muito perigo ao gol da Portuguesa com Leozinho, Moré e Dodó, respectivamente aos 30, 32 e 33 minutos.
No entanto, aos 37, Bruno Rodrigo salvou a Lusa da eliminação precoce. Após mais um cruzamento de Marco Antônio, o zagueirão apareceu na área para cabecear para o gol de Ari e empatar o jogo no Canindé.
Aos 40 o Icasa por pouco não retomou a frente no placar, mas Esquerdinha voleou para fora um cruzamento de Leozinho. Quatro minutos depois, Fernando chegou a mandar a bola para as redes , mas o árbitro sinalizou impedimento do camisa 17 e não validou aquele que seria o gol da vitória da equipe paulista. A decisão, contudo, saiu apenas nos tiros livres de 11 metros. No entanto, Alex Bruno e Erick tiveram os pênaltis defendidos pelo goleiro Ari e o Verdão do Cariri avançou no torneio.