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Pela Copa do Brasil, Botafogo espera pelo apoio maciço da torcida no Bezerrão

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postado em 05/03/2009 07:50
O Botafogo já faz parte da história do Bezerrão, como o ilustre convidado da inauguração do estádio, com uma goleada por 3 x 0 sobre o Gama, em amistoso disputado em 9 de outubro de 1977, com um gol do volante Mendonça, o primeiro do local, e dois do atacante Gil. Mais de três décadas depois, o visitante volta hoje à recém-reaberta arena de 20 mil lugares para um compromisso oficial: a estreia pela Copa do Brasil, contra o Dom Pedro, vice-campeão do Distrito Federal, às 21h30. O canal SporTV (Net e Sky) e a ESPN Brasil (Net, Sky, MaisTV e DirecTV) anunciam a transmissão. Com expectativa de apoio maciço da torcida candanga em pleno Bezerrão, o clube visitante busca prolongar a festa da recente conquista da Taça Guanabara (primeiro turno do campeonato estadual). Da carga de 19 mil ingressos, ainda sobraram quatro mil, mas as cadeiras estão esgotadas. O jogo de hoje será o primeiro do alvinegro carioca desde a decisão no Maracanã, no domingo passado, com a goleada por 3 x 0 sobre o Resende. ;A torcida do Botafogo vai ser maioria. A gente tem que dar algum carinho para eles;, confessa o técnico Ney Franco. O campeão da Taça Guanabara tem a chance de premiar os torcedores candangos. Como determina o regulamento, se o visitante ganhar a partida de ida por mais de um gol de vantagem garante a vaga sem a necessidade do duelo de volta, no dia 19, no Engenhão. ;Temos dois jogos para buscar uma classificação. Lógico que se a equipe estiver em uma noite boa tem que se esforçar para conseguir uma vitória com dois gols de diferença;, avisa Ney Franco, campeão da Copa do Brasil de 2006, pelo Flamengo. A delegação alvinegra teve um aperitivo do fanatismo candango ontem, com 600 torcedores no mero treino recreativo, aberto ao público, no Mané Garrincha, com direito a camisas atiradas em busca de autógrafos. ;Dá um ânimo a mais para fazer um bom espetáculo;, admite o volante Fahel. ;Vamos tentar fazer um grande jogo para retribuir esse carinho;, endossa o atacante Reinaldo. No treinamento, a torcida voltou a cantar um dos novos hits lançados na celebração do título no Maracanã: ;Vice é o Cuca;, de provocação ao técnico do arqui-inimigo Flamengo, comandante do Botafogo nas derrotas nas duas últimas finais do estadual, em 2007 e 2008, ambas para o rubro-negro. Na última visita ao Distrito Federal, em 2007, o Botafogo comemorou uma vitória por 2 x 0 sobre o Atlético-PR, pela Série A, no Mané Garrincha, com 24.923 pagantes. ;Brasília sempre recebe a gente com carinho. Da outra vez, a gente conseguiu vencer. Que amanhã (hoje) seja da mesma forma;, pondera o zagueiro Juninho, um dos três remanescentes de dois anos atrás, ao lado do lateral-direito Alessandro e do volante Leandro Guerreiro. Além do caldeirão alvinegro mesmo longe de casa, o Botafogo aposta em outra arma para despachar o Dom Pedro antecipadamente. Ney Franco decidiu trocar o 3-5-2 da decisão da Taça Guanabara pelo 4-3-1-2, com o volante Léo Silva e o atacante Jean Carioca na vaga do zagueiro Wellington e do atacante Lucas Silva. ;Esse jogo requer um esquema mais ofensivo. Vamos jogar praticamente com três atacantes: o Jean, o Reinaldo e o Maicosuel;, argumenta o treinador mineiro, com o estilo da terra natal para negar que a mudança seja pela fragilidade do Dom Pedro. ;É uma competição diferente. Falei para os jogadores que a Copa do Brasil tem uma particularidade: tem que fazer gols na casa do adversário;, dribla. Espiões Ney Franco contou com dois espiões para conhecer o pouco expressivo adversário. O auxiliar Éder Bastos esteve no Bezerrão, no último domingo, para acompanhar o empate por 1 x 1 do Dom Pedro com o Gama, pelo torneio candango. O técnico do Botafogo também contou com informações passadas por um antigo companheiro das categorias de base do Cruzeiro: o italiano Luca Baggio, atualmente treinador do Luziânia.

Ensaio festivo A torcida candanga do Botafogo ensaiou a festa no Mané Garrincha, curiosamente estádio com o nome do maior ídolo do centenário clube carioca, o saudoso genial ponta-direita bicampeão mundial em 1958 e 1962. Com 600 torcedores, segundo estimativa da Polícia Militar, o campeão da Taça Guanabara fez um treino aberto ao público, um mero recreativo, ontem à tarde, na preparação final para a estreia na Copa do Brasil, hoje, contra o Dom Pedro, no Bezerrão. Eufóricos pela recente conquista do primeiro turno do campeonato carioca, no domingo passado, com a goleada por 3 x 0 sobre o Resende, no Maracanã, os torcedores atiraram camisas alvinegras para o campo em busca de autógrafos. Os jogadores assinavam e jogavam de volta para delírio da multidão. A galera animou o treino ao cantar os novos hits: o refrão ;piração total; da música Na beira do caos, composta pelo técnico-cantor Ney Franco, e o ;Vice é o Cuca;, em provocação ao técnico do Flamengo e comandante do Botafogo nas finais perdidas dos cariocas de 2007 e 2008, ambas para o rubro-negro. O amor pela Estrela Solitária atraiu tipos dos mais variados. De atestado médico, o gari Edson Freitas, de 28 anos, faz o estilo família, com colo reservado para a filha Letícia Gabrielle, de apenas dois anos, chupeta e camisa alvinegra. ;É ótimo ficar perto dos ídolos. Sempre que o Botafogo vem a Brasília eu vou aos treinos;, garante o torcedor, que saiu de Samambaia com uma legião botafoguense (três filhos, um sobrinho e uma irmã, todos uniformizados) e dois rivais no grupo: a contrariada esposa flamenguista, Gláucia, e um irmão tricolor. O músico Rael Teixeira, de 37 anos, também levou um parente de time rival, o sobrinho vascaíno Bráulio, de 15 anos, para ver o time do coração. ;Saí do estúdio e vim direto porque o Botafogo é a minha paixão;, explica Rael. (RN)

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