postado em 05/03/2009 11:51
O ex-técnico do Santos, Márcio Fernandes, abriu o jogo sobre os bastidores de sua saída do comando da equipe. Elevado à condição de treinador do time principal do Peixe, depois de passar pelas categorias de base do clube e ser auxiliar-técnico de Cuca, Fernandes não resistiu a pressão por bons resultados e, após a derrota para o Marília, por 1 x 0, no dia 12 de fevereiro, entregou o seu pedido de demissão à diretoria santista, que acatou a decisão.
Segundo o ex-comandante alvinegro, a pressão para a sua saída da Vila Belmiro aumentou consideravelmente quando o time foi goleado pelo Palmeiras, por 4 x 1, no Palestra Itália. "Nós vínhamos de um resultado ruim (4 a 1 contra o Palmeiras) e a pressão já era grande", reconheceu Márcio Fernandes, em entrevista ao Jornal da Tarde.
Mas, segundo o técnico, a situação ficou fora de controle com a confusão entre o goleiro Fábio Costa e o zagueiro Fabiano Eller, no vestiário da equipe, durante o intervalo do confronto, em Marília. Na ocasião, a briga entre os dois teve grandes proporções, envolvendo vários atletas e integrantes da comissão técnica, que tentaram apartar os dois. Durante o episódio, o arqueiro chegou a apontar uma tesoura para o defensor.
"Não fomos bem naquela noite em Marília. E aconteceu um incidente muito ruim no intervalo da partida", disse Fernandes. "Eu achei que as coisas estavam indo para um lado que não gosto. Algumas pessoas podem achar normal, mas não foi legal. Foi ali que decidi que o melhor era não continuar no Santos", completou.
Mesmo com este incidente na sua saída do clube, o treinador acredita que a sua passagem teve mais pontos positivos do que negativos, como a permanência do Peixe na Série A do Campeonato Brasileiro. "Acho que foi boa (passagem), sinto-me orgulhoso de ter conseguido um feito para o Santos, que foi manter o time na Primeira Divisão", afirmou Márcio Fernandes, que pensa não ter sido boicotado por alguns integrantes do grupo santista, possivelmente insatisfeitos com o seu método de trabalho.
"Agradar a todos é muito difícil. Mas, se você tiver a maioria do elenco, o que é grande coisa, tem o grupo na mão. Pode ter acontecido (descontentamentos). Eu nunca vi nada diretamente e sempre achei o clima bom. Mas não descarto. Não vindo os resultados, as coisas ficam mais difíceis", encerrou.