postado em 10/03/2009 17:05
"Queremos estar em 2012 entre os três esportes olímpicos mais importantes do Brasil". Foi assim, de forma muito clara e ambiciosa, que o presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), Manoel Luiz Oliveira anunciou as metas da modalidade para o ciclo olímpico que termina em Londres. E os encarregados desta árdua tarefa serão dois estrangeiros: o espanhol Javier Garcia Cuesta e o dinamarquês Morten Soubak, que assumem respectivamente o comando das seleções masculina e feminina do Brasil.
"Estamos inaugurando um dos ciclos mais importantes da nossa história. Será um período do qual as pessoas vão se orgulhar", empolgou-se o dirigente. "Sabemos da nossa responsabilidade, mas vamos encará-las com empenho. Brincando com o que dizia o ex-presidente Juscelino Kubitschek, queremos crescer 40 anos em quatro", exagerou. Presidente entre 1956 e 1961, JK criou o lema "50 anos em cinco" para empolgar a população com o seu Plano de Metas, que buscava melhorar a infra-estrutura do país.
Diretor técnico da Federação Espanhola de Handebol até o ano passado, o espanhol Cuesta chega para substituir seu compatriota Jordi Ribera, que passará a se dedicar exclusivamente ao time espanhol Adhemar de Leon. Em seu currículo de técnico, estão quatro Olimpíadas, incluindo o quinto lugar em Barcelona-1992, além de passagens pelas seleções dos Estados Unidos, Portugal e Egito.
Por sua vez, Soubak, que entra no lugar do espanhol Juan Oliver, está mais familiarizado com a realidade nacional: ele foi o técnico do Pinheiros por quatro anos, período no qual chegou aos títulos da Liga Nacional, da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista. Também possui passagens por clubes dinamarqueses e tentará trazer para a seleção feminina um pouco da escola nórdica, considerada uma das melhores do mundo.
"Nossa meta é tentar melhorar os resultados do Brasil em âmbito internacional. Será um grande desafio", admitiu Javier. "Para isso, temos que ganhar o Pan de 2011 e montar uma boa estrutura técnica", emendou o treinador, que também acumulará o posto de coordenador das seleções brasileiras neste ciclo olímpico.
Para ele, a equipe nacional masculina tem boa qualidade técnica, mas ainda muitos passos a evoluir. "Precisamos melhorar muito a defesa. Além disso, temos que trabalhar a tática individual e impor um ritmo mais veloz, especialmente nos contra-ataques", apontou.
Entre as mulheres, cujo time domina o cenário continental há anos e, volta e meia, incomoda algum grande (como a vitória sobre a Coréia do Sul nas Olimpíadas), os objetivos vão ainda mais longe. "Queremos uma medalha no Mundial de 2011", afirmou Manoel Luiz Oliveira, se referindo à competição que será disputada em Santa Catarina.
Antes disso, porém, Soubak já tem um grande compromisso marcado para este ano: o Mundial da China, em novembro. "Já conheço algumas jogadoras, especialmente as que estavam na seleção brasileira. Até julho, quero conhecer outras atletas e ver quem tem potencial. Vou assistir também muitos vídeos e quero conversar pessoalmente com as jogadoras para formamos o grupo", explicou o dinamarquês.