Superesportes

Na liderança e classificado, Brasiliense busca vingar-se do vice-líder Dom Pedro

Time dos bombeiros e Brasília lutam hoje por vaga no quadrangular semifinal. Brazlândia corre risco de rebaixamento antecipado

postado em 11/03/2009 12:52
O Dom Pedro e o Brasília entram em campo hoje, na 12ª e antepenúltima rodada da primeira fase, com chances de se juntar ao líder Brasiliense no seleto grupo dos semifinalistas do campeonato candango. Depois da vaga antecipada do Jacaré no sábado, com o chocolate de 4 x 0 sobre o Gama, os dois concorrentes vermelhos buscam a classificação para o quadrangular. Na vice-liderança, com 21 pontos, o time dos bombeiros visita o próprio pentacampeão doméstico, no Serejão, às 16h. Na terceira posição, com 19, o Brasília recebe o Luziânia, no Cave, no mesmo horário vespertino. O Dom Pedro precisa acabar com os sete jogos de invencibilidade do Jacaré (um deles pela Copa do Brasil) para garantir a vaga hoje. Em caso de empate ou até mesmo de derrota, passa a depender de tropeços de Gama e Luziânia. ;O segredo para ganhar do Brasiliense no Serejão é marcar bem, não dar espaço e, quando sair no contra-ataque, matar. Se ficar só marcando, é difícil;, avalia o veterano atacante Renaldo, ex-Atlético-MG e Paraná. O vice-líder joga hoje suas últimas fichas para sonhar em roubar a primeira posição. A diferença é de três pontos, uma vitória e 11 gols de saldo, a três rodadas do fim da primeira fase. ;Para a gente ter alguma chance, só ganhando. Senão não consegue mais;, confessa o técnico Fernando Tonet. A única derrota amarela na temporada foi exatamente para o Dom Pedro, por 3 x 1, na Metropolitana. ;Está engasgado. Eu estava lá, na arquibancada. Os caras ficaram passando o pé por cima da bola, mas o futebol sempre dá uma segunda chance. O time deles é bom. Não está na vice-liderança à toa;, admite o meia Iranildo, suspenso no jogo de ida. Penúria O Brasília tem uma missão teoricamente muito mais fácil que a dos bombeiros para carimbar o passaporte. No Cave, o terceiro colocado precisa bater o Luziânia, em quinto lugar, com 16 pontos. Em caso de empate, passa a torcer por derrota do Gama para o Ceilândia, às 20h30, no Abadião. Com oito títulos candangos, o tradicional colorado tenta recuperar a autoestima na volta à elite depois de sete anos. A vaga na fase semifinal também seria uma façanha para um grupo que ainda não viu a cor do dinheiro neste ano, com o atraso dos salários de janeiro e fevereiro e até de parte da pré-temporada de dezembro. ;A gente procura esquecer a situação financeira para alcançar a classificação;, prega o meia Mário Zan. ;Dentro de campo, a gente esquece tudo. O negócio é quando acaba o jogo;, endossa o atacante Thiago Silva, um dos artilheiros do campeonato, com cinco gols. Na quinta posição, com 16 pontos, atrás do Gama somente por dois gols no saldo ; mas em jejum de quatro jogos sem vencer ;, o Luziânia tenta juntar os cacos após o tropeço em casa diante do lanterna Brazlândia (3 x 3), no sábado. ;Foi como se tivéssemos perdido o jogo de nossa vida. O time não levou a sério, achou que estava fácil. Agora eles têm de mostrar que são homens;, cobra o técnico Luca Baggio. O centroavante Léo Guerreiro deve ser barrado, com a volta do meia Rodrigo. Vexame Sob o risco de já entrar em campo de fora do bloco de classificação, se o Luziânia não perder do Brasília, o Gama visita o ameaçado Ceilândia. Com apenas uma vitória nas últimas seis rodadas, o alviverde precisa da recuperação urgentemente depois da catastrófica estreia do técnico Luiz Carlos Barbieri, na goleada por 4 x 0 sofrida para o arquirrival Brasiliense, no Serejão ; maior placar nas 35 edições do clássico candango. ;Temos que reverter essa situação. No sábado, nosso time foi uma vergonha;, confessa o meia Thiaguinho. Barbieri decidiu barrar o goleiro André Zandoná. O titular dos últimos 10 jogos não ficará nem no banco de reservas, mas preferiu evitar as entrevistas. Segundo a comissão técnica, o ex-camisa 1 foi reprovado num exame que mediu o grau de recuperação física, realizado com sete atletas. O preparador físico Alexandre Andreis não quis revelar a identidade dos outros jogadores testados nem os resultados, mas o treinador admitiu que os sete estão em má forma e atuaram contra o Brasiliense. Com a troca do esquema 3-6-1 pelo 4-4-2 do antecessor Giuliano Pariz, Barbieri tirou o zagueiro estreante André e confirmou o atacante Keké. O alviverde também dispensou o centroavante Douglas, mais conhecido como Guerrón, por indisciplina. No Ceilândia, na perigosa sexta posição, com 10 pontos, apenas um acima da zona de rebaixamento, a dúvida é o atacante Cassius, contundido. Toca do Jacaré Rumo ao hexa do campeonato candango, na liderança e garantido antecipadamente na fase semifinal, o Brasiliense vai ganhar um reforço extracampo para também poder sonhar em decolar no cenário nacional. Com a reintegração de posse do antigo Gerovital, no Setor de Clubes Sul, ontem pela manhã, o atual pentacampeão candango finalmente vai ter um centro de treinamento. Em termos de estrutura, um palco para treinos, formação de jogadores e concentração é um trunfo usado por várias equipes tidas como exemplos de estrutura, como São Paulo, Cruzeiro, Atlético-PR e Goiás. Depois de passar quase nove anos nas dependências do Estádio Serejão, da administração de Taguatinga, o Brasiliense deve começar a usar o endereço de área nobre, entre o Cota Mil e o Clube do Exército, em até 30 dias. O antigo Gerovital já tem um campo e vestiários, mas o time amarelo pretende ainda fazer uma avaliação e obras temporárias para treinar lá de duas a três vezes por semana. Em uma segunda fase, será feito um projeto mais ambicioso, com direito a três gramados, concentração, vestiários e academia. ;Com isso, a gente vai suprir uma séria deficiência de estrutura do Brasiliense;, admite o homem forte Luiz Estevão. Com o centro de treinamento, ainda sem nome oficial, Luiz Estevão faz planos de voar alto no cenário nacional, quatro anos depois da fracassada estreia na Série A, com o rebaixamento na lanterna, em 2005. ;Não só para subir, como se manter. O Brasiliense é um clube de grandes conquistas, mas de estrutura precária fora de campo;, confessa o cartola. Depois de recuperar na Justiça a posse do terreno, em litígio desde 1987, Luiz Estevão planeja investir de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões no local. O cartola estuda contratar a renomada arquiteta Regina Fittipaldi para fazer o projeto, a ser concluído até junho, o que impede a previsão da conclusão da obra. O planejamento inclui visitas a pelo menos quatro dos principais CTs do país: os de Fluminense, São Paulo, Cruzeiro e Nova Iguaçu-RJ. Pesadelo Em vez do sonho nacional, o lanterna Brazlândia enfrenta o pesadelo de se tornar o primeiro a cair no campeonato candango. Na última posição, com cinco pontos, o tricolor da Chapadinha amarga a queda com dois jogos de antecipação se perder hoje do vice-lanterna Legião, no Mané Garrincha, às 20h30, pela 12ª rodada. Em caso de empate, passa a depender de tropeço do Ceilândia. Depois de estrear no 3 x 3 com o Luziânia, o técnico Gilton Oliveira, quarto comandante do Brazlândia na competição, aposta em um esquema mais ofensivo. ;Vou para cima, mas com dois laterais mais de pegada;, avisa o treinador, em referência aos volantes Bigu e Augusto improvisados nos dois lados. Na obrigação de vencer para tentar fugir do grupo da degola, o Legião conta com as voltas do volante Márcio, que cumpriu suspensão, e do atacante Léo Borges, recuperado de contusão. No entanto, tem as baixas do zagueiro Rizo, expulso, e do lateral-esquerdo Rogerinho, com o terceiro cartão amarelo. (RN)

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação